Como San Salvador não tinha sido a parte da viagem que melhores recordações tinha deixado, lembramo-nos de pesquisar fora da rota turística. Tanto mais que vimos na televisão local uma reportagem sobre os repatriados da América. Quase todos membros de “gangues”, em particular do temível e mortal MS13. Estes, depois de espalhar a morte e o terror em terras de “gringos”, dedicavam-se agora a fazer o que sabiam: espalhar morte e terror em San Salvador e arredores.
Depois das peripécias da viagem entre Roatan e San Salvador, que nos fez saltitar entre a Ilha, La Ceiba e San Pedro Sula na companhia aérea local: “La Isleña” (ainda bem que não foi na “Sosa” que é nome de gente e não de companhia de aviões) vimo-nos forçados a “descansar” no aeroporto de San Pedro Sula, à espera da ligação que ainda ia “dar uma saltada” a Tegucigalpa. Parados em San Pedro Sula várias horas a mais do que o previsto porque aparentemente o avião tinha rachado um vidro lateral no cockpit, tivemos tempo para fazer muitas coisas.
Falamos na Net com família (quase todos os aeroportos têm Internet sem fios livre), apreciamos a fúria dos turistas que, ou porque perderam as malas, ou porque previam perder as ligações ou, simplesmente, porque perdiam a paciência e, numa manobra mais prática, decidimos dar um rumo à nossa estadia em San Salvador.
- Suchitoto soa muito bem, deve ser giro.
- Ok! Vamos a Suchitoto!
Lá entramos no avião, que continuava com o vidro rachado, e esperamos a nossa sorte. Deu tempo para muita coisa porque a confusão era grande. Primeiro decidiram que já não havia Tegucigalpa para ninguém (boas notícias), depois já não juntavam os passageiros dos dois voos para SAn Salvador. Depois descobriram que, depois da segurança apertada à entrada, que nem nos poupou a tirar sapatos e demais apetrechos “que apitam”, havia gente dentro do avião cujo destino era noutra rota da TACA. E assim estivemos um bom bocado:
- “O Sr. Gutierres que ponga o dedo no ar”!
- “Usted não é deste voo….fora”!
- “Doña Rosa que se apresente à tripulação”!
E por ai fora até conseguirem perceber que ia e quem ficava mais umas horas em San Pedro Sula. Vítimas do erro da TACA na ligação com Roatan, ainda gozávamos do up grade para classe executiva e, por isso, víamos o vai vem do pessoal no conforto do serviço esmerado.
Chegados a San Salvador, deu tempo, durante a hora de viagem necessária para ligar o aeroporto à cidade, para negociar com o taxista (sempre de mini van) a viagem do dia seguinte. Foi mais fácil acertar o preço do que a hora de partida. Por fim lá nos ficamos pelas nove e meia (Suchitoto fica a 60 Km de San Salvador e faz-se em hora e meia ou duas, depende da sorte).
Na manhã seguinte, lá nos esperava o carro mas a grande surpresa era o aparato militar e paramilitar à porta do Sheraton. Militares, civis e policias fardados armados até não poderem mais, cobriam as alas da estrada de acesso ao hotel.
- Tens tudo controlado?
Perguntei a um vestido à civil, com ar de “secreta” que empunhava uma UzI a tiracolo.
- “Si tudo controlado”!
- Que pasa?
- El presidente esta en Sheraton para hablar com los periodistas.
Soube depois que El Salvador estava em chamas e que os deputados estavam sob a mira dos populares revoltados e que o presidente tentava mediar o conflito. Os deputados de carreira do parlamento de El Salvador (Olhó Pico!), resolveram de um dia para o outro, aumentar-se em dois mil dólares. Sabendo que já ganham dezoito mil e que o salário mínimo nacional ronda os 150 dólares, a bronca era óbvia.
Deixamos “El presidente” a resolver as coisas e lá fomos para Suchitoto. Passamos pela grande feira de SAn Martin e, sempre por boas estradas, fomos desembocar em Suchitoto e ao seu lago manso. Estava um calor terrível e passear pelas ruas era obra esforçada. Não somos de desistir e demos uma volta alargada pela Vila e visitamos as galerias de arte, compramos os CDs piratas, admiramo-nos com a qualidade e bom gosto dos hotéis e atiramo-nos aos tacos, quesadillas e outras especialidades numa esplanada na praça central de Suchitoto.
Dia bem passado!
À chegada a San Salvador pareceu-nos tudo calmo. Sabemos, no entanto, que olhos de turista não vêem debaixo das carpetes dos locais. Por isso, aguardamos a evolução dos acontecimentos.
Depois das peripécias da viagem entre Roatan e San Salvador, que nos fez saltitar entre a Ilha, La Ceiba e San Pedro Sula na companhia aérea local: “La Isleña” (ainda bem que não foi na “Sosa” que é nome de gente e não de companhia de aviões) vimo-nos forçados a “descansar” no aeroporto de San Pedro Sula, à espera da ligação que ainda ia “dar uma saltada” a Tegucigalpa. Parados em San Pedro Sula várias horas a mais do que o previsto porque aparentemente o avião tinha rachado um vidro lateral no cockpit, tivemos tempo para fazer muitas coisas.
Falamos na Net com família (quase todos os aeroportos têm Internet sem fios livre), apreciamos a fúria dos turistas que, ou porque perderam as malas, ou porque previam perder as ligações ou, simplesmente, porque perdiam a paciência e, numa manobra mais prática, decidimos dar um rumo à nossa estadia em San Salvador.
- Suchitoto soa muito bem, deve ser giro.
- Ok! Vamos a Suchitoto!
Lá entramos no avião, que continuava com o vidro rachado, e esperamos a nossa sorte. Deu tempo para muita coisa porque a confusão era grande. Primeiro decidiram que já não havia Tegucigalpa para ninguém (boas notícias), depois já não juntavam os passageiros dos dois voos para SAn Salvador. Depois descobriram que, depois da segurança apertada à entrada, que nem nos poupou a tirar sapatos e demais apetrechos “que apitam”, havia gente dentro do avião cujo destino era noutra rota da TACA. E assim estivemos um bom bocado:
- “O Sr. Gutierres que ponga o dedo no ar”!
- “Usted não é deste voo….fora”!
- “Doña Rosa que se apresente à tripulação”!
E por ai fora até conseguirem perceber que ia e quem ficava mais umas horas em San Pedro Sula. Vítimas do erro da TACA na ligação com Roatan, ainda gozávamos do up grade para classe executiva e, por isso, víamos o vai vem do pessoal no conforto do serviço esmerado.
Chegados a San Salvador, deu tempo, durante a hora de viagem necessária para ligar o aeroporto à cidade, para negociar com o taxista (sempre de mini van) a viagem do dia seguinte. Foi mais fácil acertar o preço do que a hora de partida. Por fim lá nos ficamos pelas nove e meia (Suchitoto fica a 60 Km de San Salvador e faz-se em hora e meia ou duas, depende da sorte).
Na manhã seguinte, lá nos esperava o carro mas a grande surpresa era o aparato militar e paramilitar à porta do Sheraton. Militares, civis e policias fardados armados até não poderem mais, cobriam as alas da estrada de acesso ao hotel.
- Tens tudo controlado?
Perguntei a um vestido à civil, com ar de “secreta” que empunhava uma UzI a tiracolo.
- “Si tudo controlado”!
- Que pasa?
- El presidente esta en Sheraton para hablar com los periodistas.
Soube depois que El Salvador estava em chamas e que os deputados estavam sob a mira dos populares revoltados e que o presidente tentava mediar o conflito. Os deputados de carreira do parlamento de El Salvador (Olhó Pico!), resolveram de um dia para o outro, aumentar-se em dois mil dólares. Sabendo que já ganham dezoito mil e que o salário mínimo nacional ronda os 150 dólares, a bronca era óbvia.
Deixamos “El presidente” a resolver as coisas e lá fomos para Suchitoto. Passamos pela grande feira de SAn Martin e, sempre por boas estradas, fomos desembocar em Suchitoto e ao seu lago manso. Estava um calor terrível e passear pelas ruas era obra esforçada. Não somos de desistir e demos uma volta alargada pela Vila e visitamos as galerias de arte, compramos os CDs piratas, admiramo-nos com a qualidade e bom gosto dos hotéis e atiramo-nos aos tacos, quesadillas e outras especialidades numa esplanada na praça central de Suchitoto.
Dia bem passado!
À chegada a San Salvador pareceu-nos tudo calmo. Sabemos, no entanto, que olhos de turista não vêem debaixo das carpetes dos locais. Por isso, aguardamos a evolução dos acontecimentos.
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