segunda-feira, março 28, 2005

Xubx-qualquer coisa

Continuo com a central telefónica de molho e a Net sem palavras, no entanto, em visita a amigos li um comentário que me deu vontade de sentar um pouco e reflectir. Não me chateou porque estive a ouvir, na antena 1, que a doença mental deve ser percebida e acompanhada de muita paciência.

No entanto, o entrevadinho diz que me bato, suponho eu que aquele linguajar trôpego tem esse significado, à obtenção de um subsídio.

Claro, sua besta!

Se a teta seca, o agricultor recebe a poio.
Se o peixe vai de férias, o pescador recebe apoio.
Se há sismo, a mãe da namorada recebe casa assim como todos os colaterais daqui até ao Canadá.
Se corre água em São Miguel, há apoio.

Qual seria o espanto de haver apoio para aqueles que investiram nesta terra e viram os seus bens parcialmente destruidos pela força do mar?

Quanto ao truque de provocar o mar, para obter fundos públicos ou comunitários, é algo que não posso revelar. Requer anos de práticas exotéricas!

Conversas destas não me deviam ocupar tempo mas, como todos sabem, tenho muita paciência para animais.

sábado, março 26, 2005

Toca p´ra frente

Vivam!!!

Tenho estado um bocado arredado deste espaço no entanto, penso que vos deixei bem instalados no "Umaid".

Ainda não estou de volta a 100% por várias razões. A principal é que não tenho acesso à Net. Escrevo em casa de um amigo.

Como sabem, houve falta de luz, estive em Aveiro a fazer selecção de pessoal e tive a visita de uns jornalistas da revista "Blue Living" que vieram fazer uma reportagem sobre o Pocinho. Tinha pensado organizar um pequeno espectáculo marítimo para impressionar mas, com a mania das grandezas, saíu-me um mini Tsunami que me deixou quase debaixo de água.

Agora é só arrumar a casa e torna-la mais segura. Recuperar muros, refazer quartos e, sobretudo, reforçar as guardas!

Antes de mais tenho de agradecer a todos aqueles, e foram muitos, que se prontificaram a ajudar e que se recusaram a abandonar o Pocinho, mesmo quando a coisa estava feia e meio fora de controlo. Um grande abraço e muito obrigado.

Um abraço, também, aqueles que sei que gostariam de ter estado presentes mas que, por várias razões, não o puderam fazer.

Os detalhes contarei noutra altura, bem como o relato do comportamento de todos aqueles que têm a obrigação de estar presentes quando estas "coisas" acontecem.

Para aqueles que não conhecem o Pocinho, podem consultar o site: www.pocinhobay.com

Agora está um bocado diferente mas, dentro de três semanas, estará melhor.

Até breve!

sexta-feira, março 18, 2005

Hotel Umaid Bhawan

Este hotel / palácio fica em Jodhpur(Índia) e tem a particularidade de o proprietário ter reservado uma ala para a sua moradia enquanto que a outra é hotel.
Ficar aqui é igual a viver com os Marajás.


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quinta-feira, março 17, 2005

Um desenho e uma questão

Hoje desenhei um pássaro, com duas cabeças e ar de tolo.

Enquanto desenhava pensei no seguinte: porque será que sempre que eu escrevo algo a criticar o presidente da câmara ou o PSD, o deputado do PS, o Hernâni, me envia um mail a insultar ou então escreve algo, que me é dirigido, noutros Blogues? Será só tolice? Serão carências?
Ou será outra coisa qualquer?

De certeza que o presidente agradece!

O que terá o PS a dizer?



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Lake Palace

Um quarto no hotel Lake Palace. O serviço é excepcional!


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O Frangote

Desde pequeno que dava nas vistas. Sempre na ponta das patas, peito inchado e crista levantada, não havia conversa de galináceos em que não tivesse uma opinião. Uma não, várias opiniões. Muitas delas contraditórias.

Garboso, inchado e petulante ganhou o nome do "duas cabeças". O frango de duas cabeças. Tal era a sua habilidade para argumentar e contra-argumentar. Incomodado com o silêncio fazia, sem esforço, as despesas da conversa. Assumia as posições mais controversas e, com repentismo, esganiçava a voz e exigia, a si próprio, o direito ao contraditório.

Cacarejava, cacarejava e cacarejava!

A mãe galinha dizia, a quem a quisesse ouvir, que o seu menino, quando fosse grande ainda ia ser um dos que mandam: "Vai trabalhar na casa grande do Faial, na casa amarela!" e terminava sempre com um "có-cró-có-có-có" enfático.

"Vai, vai! Com aquela mania que é mais do que um ainda vai mas é parar a casa amarela da terceira, à dos doidinhos!"

Diziam os mais afoitos, enquanto lhe viravam as costas. Nessas alturas o nosso frango ficava doido, não pelo que diziam mas sim por lhe virarem as costas.

Ainda frangote, as visões de mamãe galinha confirmaram-se. Meteram-no num tacho e amparado por vários galos que viam nele um grande potencial de inércia e que, portanto não lhes faria qualquer sombra, levaram-no para a casa amarela. A do Faial.

Aí, tímido porque a audiência é outra e não se deixa levar com fanfarronadas, tem feito uma carreira muito discreta.

Cá fora a história é outra. O resto do pessoal cansou-se de toda aquela verborreia. Há coisas que têm piada quando são pequenos mas que são meras tolices em idade adulta.

Sem a atenção que despertava noutros tempos devido ao facto de ser um fenómeno raro, como aqueles nabos do entroncamento que pesam mais de cinco quilos, tratou de se virar para o mundo.

Disse a quem o quis ouvir que, coitado de mim "estive na incubadora", "orfão de políticas e de religião" (coitado do triste) "aqui me apresento".

E foi andando uns tempos. Chegou mesmo a criar outros locais, com nomes falsos, para poder aumentar a audiência. Escrevia, respondia a si próprio, voltava a argumentar, insultava-se e defendia-se. Chegou a tal ponto que, sem saber já o que era a realidade e a mentira, acabou por ter de fechar as "lojas".

Acredito que bons conselhos e boa medicação o levaram a isso. Esteve manso durante uns tempos mas, o peso do anonimato era insuportável. Lá mandou um mail a provocar um, uma boca para outro e tentou renascer.

Sem obter resultados, teve uma recaída.

Agora foi para o "forum" de outro e entre o ser ou o nada, preferiu o ser (tolinho). Lá está: já escreveu uma mensagem, atacou-se a si próprio e voltou a defender-se atacando outros.

Cuidado que está no início…ainda vai piorar.

Se virem o frangote nas ruas dêm-lhe milho mas mantenham a distância. Tentará dar uma bicada, de certeza! Pensa que é galo!

Hotel Lake Palace

Quando se fala da Índia, é tudo em grande. Até os Hoteis. A melhor viagem a fazer é, do meu ponto de vista, no Rajastan. O ídeal será apanhar o "Palace on Wheels" (comboio) num sentido e regressar de carro, ficando nos Palácios dos Marajás que são, actualmente, hoteis.
Este hotel é um palácio no meio de um lago artificial. Fica em Udaipur.
Único!


05_Hotel_Lake_Palace

quarta-feira, março 16, 2005

Mais inquéritos

Tenho lido no "Ilha Maior", numa coluna de informação muito parecida com publicidade, que a Câmara Municipal está a apoiar um inquérito à população. Deve ser grande coisa porque o anúncio já foi feito em duas semanas consecutivas.

Inquirir para conhecer é boa ideia. No entanto…

No entanto está lá escrito que o inquérito é feito a duzentas pessoas e que está a ser aplicado por alunas da Escola Profissional. Não tenho nada contra a aprendizagem dos alunos. Pelo contrário, até acho que os trabalhos práticos dos alunos devem ser acompanhados e apoiados, como forma de os "trazer" à realidade.

A única questão que coloco é que: duzentos inquéritos não têm validade científica para caracterizar a nossa população.

Se for esse o objectivo, a Câmara deverá, no próximo "Ilha Maior" publicar os objectivos do inquérito, a forma de cálculo da amostra e a metodologia da selecção dos inquiridos.

É o mínimo que se faz quando se publicitam lançamentos de inquéritos.

Caso seja um mero trabalho de alunos, sem consequências práticas para o Município nem preocupações de cientificidade, não me parece muito pertinente tanta publicidade. Pelo contrário, é abusivo e despropositado.

Qualquer dia ainda vemos as redacções da primária com o logótipo da Câmara e escrito em rodapé: "Com o alto patrocínio do Sr. Presidente".

Política à Santana Lopes (só show off)!

Crillon 2

crillon_home

terça-feira, março 15, 2005

Um comentário

Hoje não me apetece entrar em grandes teorias. É tarde e estou cansado. Há apenas um comentário que eu penso que deve ser feito e que vos deve acompanhar durante o dia. Tirem as vossas conclusões que eu tenho as minhas certezas.

As Instituições que têm estatutos submetem a sua gestão aquele conjunto de leis, para que os objectivos não sejam desvirtuados. Normalmente assim é! Os sócios respeitam a lei geral (estatutos) e, desta forma, fazem com que os objectivos iniciais sejam atingidos.

No caso da nossa Santa Casa da Misericórdia a situação é ao contrário.

Os "irmãos" não servem os estatutos mas, pelo contrário, os estatutos servem o "grande irmão"; o provedor.

Quando vemos anúncios nos jornais é sempre a dizer: "reunião para alterar os estatutos para o provedor poder continuar a mandar" (por outras palavras, é claro!). Um ou dois anos depois, voltamos a ler: "reunião para alterar os estatutos para que o provedor continue no poleiro" (por outras palavras, é claro).

Nas últimas semanas temos visto o apelo à realização de duas alterações, publicitadas na comunicação social local: "etecetra e tal para o mesmo manter o poiso" (por outras palavras, é claro!) e um muito eloquente; "alterar os estatutos para que a ave rara que lá está possa decidir o que quiser sobre os dinheiros da santa Casa, nas empresas que participa" ou seja: "Carta branca para o provedor fazer o que entender., sem perguntar nada a ninguém, nem que seja investir em "gambuzinos" ou nos seus amigos empreiteiros" (por outras palavras, é claro!).

É ridiculo!

Mas é verdade!

Só assim é que percebo os motivos pelos quais o provedor e (coniventemente) o presidente da assembleia vetaram o meu nome para irmão da Santa Casa.

É que eu ia pedir uma auditoria às contas da Instituição e acabar com o regabofe.

Até podem ser muito honestos mas, vistos daqui, não parecem nada!

E a maioria do pessoal até "come" estas jogadas.

DAAAHHH!

segunda-feira, março 14, 2005

Paris, Hotel Crillon

De regresso da Polinésia Francesa, é natural a paragem em Paris. O Ritz é boa solução. Mas, como nesse hotel o serviço depende da gorgeta, prefiro o Crillon. Fica na Praça da "Concorde".
Escadaria do Hotel.


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Solidariedade

Ser-se solidário, ao contrário do que poderia parecer à primeira vista, não deveria ser do domínio moral. Quando a solidariedade está presa à ideia de normas e de carris de conduta, nunca é isenta de interesses.

Faz-se o bem ou partilha-se algo na perspectiva de ganhar uma contrapartida. Pode ser o reconhecimento, mais uma alma para o nosso céu privado ou, até, o prazer de "encarrilar" um "extraviado social".

A solidariedade com base na moral é, sempre, uma troca. Um comércio com recompensas mútuas.

Por outro lado, quando a solidariedade existe comandada pelo domínio da ética, sabemos que os actos são praticados porque fazem sentido e nada mais. Não existe troca. Existe, apenas o sentido de bem e de justiça.

Sendo a maioria das pessoas levadas por motivações morais e não éticas, também os nossos políticos delineiam as suas acções por bitolas morais. Estas estão mais perto da cultura local e, logicamente, dão mais votos.

Se assim não fosse, teriamos governos menos moralistas mas mais correctos na sua forma de governar e legislar. Correctos no sentido ético e não no sentido da aprovação social.

Uma Câmara que se preocupasse com o que se passa no seu Concelho deveria ser solidária. Saber exactamente as necessidades das pessoas que vivem no seu espaço geográfico e tudo fazer para as colmatar.

Deveria criar uma espécie de observatório das condições sociais.

Seria muito mais benéfico do que fazer jantaradas na Covilhã ou do que distribuir cimento a quem o troca pelo seu voto. Há, sem dúvida, pessoas que precisam do cimento. Concordo que se dê nesses casos, sem exigir depois a sua alma e a sua lealdade. Há pactos que tornam quem os pratica indignos.

No nosso Concelho existem pessoas em situações sociais e económicas abaixo do limiar da pobreza. Não vejo os responsáveis locais a fazer nada para resolver essas situações. São pessoas que, talvez, não tragam muitos votos nas eleições.

O próximo presidente da Câmara deverá ser alguém sensivel a estas questões. Não me refiro à propaganda dos números de telefone de emergência que não funcionam.

Torna-se caricata a propaganda feita semanalmente nos jornais e diáriamente na rádio. Torna-se insuportável a publicação de revistas inúteis. Torna-se ridícula a tentativa de dar uma imagem de modernidade, de colorir um perfil de competência, quando, afinal o modelo é fraco, cinzento e incapaz.

A Câmara gastar fortunas em supérfluos, sejam carros, assessores ou salários de futebolistas, é insultuoso para uma população que acredita na solidariedade e que vê no seu meio pessoas que passam fome.

Se os nossos pequenos governantes locais pensam que essa tarefa é exclusiva do Governo Central e que a sua actuação deve ser só sobre a componente "construtiva" do Concelho, então posso afirmar que nada sabem de política nem das funções do cargo que ocupam.

Os eleitos servem as pessoas e não os bens.

Vai sendo tempo de perceber esta realidade e de acabar com a vergonha de ser governado por quem pensa que a inteligência política é espalhar asfalto, distribuir cimento e "dar nas vistas".

Creio que estamos prontos para passar a outra fase.

Lagoona Resort 2

Os quartos nos "pilotis" são sempre os melhores para ficar. Para além do mar e mais mar, sempre a uma boa temperatura e com milhões de peixes de aquário, não se pode perder as danças locais.


BBLRext

domingo, março 13, 2005

Cartazes

Quem é limpo é-o mesmo no meio das condições mais adversas. Até dentro de uma pocilga o podemos identificar e dizer: aquele gajo é limpo!

Pelo contrário, quem é porco é porco em qualquer circunstância. Um verdadeiro porco é capaz de passar pelo meio das gotas da chuva, só para não ver alterado o seu estado geral de porcaria. Não há fatiota nem perfume que o disfarcem.

O nosso presidente da Câmara é um forte candidato a esta última categoria. É que ele tem de demonstrar o seu conceito de higiene em vários níveis: pessoalmente, em casa e no Município.

Quanto aos primeiros casos….quero lá saber! Não convivo, logo não sofro!

No que diz respeito aos espaços públicos a coisa fia mais fino. Tenho de aturar as consequências dos conceitos higiénicos do senhor presidente porque, afinal, ele é o grande decisor.

Não vou falar das garrafas na costa, do cheiro dos caixotes do lixo, nem dos montes de lixo que pululam pelos cantos. Refiro-me, apenas a uma coisinha muito simples e muito visível: aos outdoors da Madalena e arredores.

A prática comum é colocar os cartazes nos placards e esquecer o assunto. O mau tempo e a antiguidade que se encarreguem de os retirar. Só que isso não acontece. Apenas ficam com um aspecto deplorável de bairro de lata.

As eleições já lá vão, mas os cartazes continuam. Não é o meu conceito de decoração urbana. É mero desleixo e porcaria. Já agora, a localização dos placards é ilegal É que, segundo a lei eleitoral, deve ser proibida a colocação de cartazes em locais que choque com a estética do meio ambiente.

Sendo assim, retirem-se os cartazes e os placards, com urgência!

Passar de porco a limpo é bom e fácil.

Toca a aproveitar a circunstância!

PS- Sobre a proibição da publicidade em locais onde choque com a estética local ler o artigo 15 do texto da Comissão Eleitoral de Eleições. O texto integral está disponível para download no site da ALRA.

Bora-Bora Lagoon Resort

Um belo sítio para passar férias. Do quarto mergulha-se para a lagoa e, dentro do quarto há um vidro no chão para se poder estar calmamente a ver os peixes. O serviço é excepcional.
Vai-se para Bora-Bora depois de passar por Tahiti, Moorea e Huahine.



boblagoon01

sábado, março 12, 2005

Candelária

Hoje, às 21 horas, joga o Candelária, no pavilhão da Cardeal. É boa ideia ir ver e incentivar a nossa equipa.

É uma questão de cidadania: ética, cultural e moralmente correcto!

Conceitos

Discute-se muito, está na moda, os conceitos de cidadania, ética e moral. Até parece que são ideias transcendentais que o comum dos mortais não abarca. São difíceis!

Berram pelas esquinas conceitos de meta-ética e meta-filosofia. Os apóstolos mais frágeis constroem projectos de vida e enfabulam críticas gerais ao povo desatento. Clamam em público absurdos do tipo; sem terceira idade não há identidade, familias mono-parentais estão condenadas ao esquecimento cultural... com direito a psicanalista e "prosac".

Até vem nos jornais! Pedem-se enciclopédias, medalhas e nome de rua para os oradores. (Leia-se o Ilha Maior desta semana).

Forte ignorância!

Não partilho, de maneira nenhuma, dessa tendência para complicar o fácil, para criar falsas élites intelectuais e para mistificar temas que são, afinal de contas, o nosso dia-a-dia.

Os conceitos principais, para compreender esta treta da cidadania, são três: Cutura, Ética e Moral.

A cultura não é mais do que a forma de pensar do colectivo; a expressão das suas tendências e dos seus gostos. Referimo-nos, claro está, ao conceito de média e mediana: A maioria do pessoal acha fixe o piercing no nariz, logo, o piercing no nariz é culturalmente correcto (aceite e normal). Fácil e claro!

A ética, simplificando, é a distinção abstracta do bem e do mal. Conceitos longe do peso do dia-a-dia e da nossa vivência cultural. É bem, logo está no oposto do mal. Linear e sem dúvidas. Sem, sobretudo, contextos culturais complicadores da decisão.

A moral, pelo seu lado, é a ética misturada com a cultura. A minha experiência é esta, logo a minha ética é esta. O que é bem passa a responder à minha experiência e não a conceitos e enfabulações intelectuais. As leis passam a corresponder à realidade.

Roubar é mau, do ponto de vista da ética.

Roubar uma farmácia que está fechada para salvar a vida da minha criança moribunda pode ser bem, do ponto de vista da moral (afinal a vida é sagrada!).

A confusão instala-se: Afinal roubar é bem ou é mal?

Nem uma coisa nem outra. Ética e moral não são a mesma coisa nem partilham, necessáriamente, os mesmos conceitos e valores.

Depende da cultura, em última análise.

Estas questões podem-se colocar para a eutanásia, para o casamento homossexual e para o aborto. Podem-se colocar para a "junk food", para a sardinha assada e para o bife de vaca. É bom, moralmente aceite e éticamente correcto nas sociedades ocidentais mas é errado, éticamente incorrecto e moralmente condenável nas sociedades orientais (India, por exemplo).

Ponto final!

No fundo, a verdadeira questão em discussão não é a ética nem a moral.

O que está em causa é a maturidade do ser humano para definir o que é o bem e o que é o mal, para si e para os seus semelhantes.

Sabendo que, ainda há pouco tempo, se matava judeus, se exercia a escravatura e estavamos metidos numa guerra mundial. Sabendo que, ainda agora, a humanidade segrega, explora e ignora semelhantes. A única conclusão possível é que a ética e a moral estão em construção e que, aquilo que temos actualmente está longe do ideal.

Assim sendo, cidadania é contribuir para o funcionamento do todo e para a construção dos conceitos de ética e das normas morais da sociedade.

O fundamental é não perder a perspectiva: A humanidade está num estádio de relativa infantilidade e o seu julgamento é, ainda, pouco fiável. Ou seja: A verdade de hoje poderá ser a mentira de amanhã.

Não haja dramas. Desde que o contributo seja honesto, o exercício da cidadania está a ser cumprido. Seja o Xico da Areia ou o Bin Laden. Do conflito nasce a evolução. Não só económica e científica, mas, também moral, ética e cultural.

No fundo está tudo bem. Basta participar.

Esse é o segredo da cidadania!

Participem!


PS- A propósito deste tema pode-se ler o livro de Pedro D´Orey da Cunha que se chama Ética e Educação. É o oposto do que eu penso mas os argumentos são os mesmos. A edição é da Universidade Católica.

sexta-feira, março 11, 2005

Reyes Católicos 2

Depois da alma tranquila, uma bebida nesta sala trata do corpo.



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Cartas

O Pico quer ligações aéreas às quintas e sábados. O Faial também queria e não tem. O Pico há-de ter, se o Faial continuar sem ter.

É a lei do mercado.

As companhias aéreas regem-se por normas financeiras. O que os move é a rentabilidade e não a política.

Mesmo assim, os nossos deputados enviaram uma carta a exigir as tais ligações sabendo que, por enquanto, não há decisões tomadas. Foi uma atitude pré-eleitoral capaz de enganar algum mais distraido. A sua eficácia foi igual a zero.

Os deputados não fazem os horários da TAP, não definem o preço a que o Hiper vai vender a batata e não decidem se, às segundas feiras, o Daniel vai fazer uma promoção de Inhames:

"Compre dois quilos de inhame e leve um metro de linguiça".

Há temas para os políticos e há temas para os gestores. Os horários da TAP são para os gestores e só serão demovidos se a "alta política" decidir comparticipar os ditos voos. Não é provável que tal aconteça.

Assim sendo, a carta dos deputados teve o mesmo valor daquela carta célebre que termina da seguinte forma: "Não te envio o dinheiro que pediste porque esta carta já estava fechada".

São cartas cómicas que apenas demonstram intenções.

Há, no entanto, temas para os deputados escreverem cartas. Assuntos que os deviam fazer esquecer as disciplinas partidárias e obedecer ao voto que os elegeu. Assuntos que, pela sua importância, os deve manter ao lado do povo que representam.

É o caso da notícia que li ontem no Blogue: www.noticiasdopico.blogspot.com.

O senhor Secretário Regional diz que a Madalena não precisa de mais médicos, que está tudo muito bem assim! Os nossos deputados devem, o mais rápidamente possível, fazer tudo o que está ao seu alcance para o fazer mudar de opinião.

É que, de facto, não está nada bem assim. O Pico precisa, de mais médicos e, também, de um Hospital. Para os que cá vivem e para o enorme (relativamente aos habitantes fixos) grupo de população flutuante. Refiro-me a turistas, trabalhadores, desportistas, entre outros.

Por isso Srs. Deputados, toca a defender o Pico!

Agarrem-se à esferográfica!

quinta-feira, março 10, 2005

Hostal de los Reyes Católicos

Ir a Santiago de Compostela é mais do que um passeio é, principalmente, uma viagem interior. Para intensificar o recolhimento e a contemplação, nenhum sítio é melhor do que este "Parador" (equivalente às nossas Pousadas).


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Avaliações

Um dos problemas que está na origem do mau funcionamento da função pública, falando de uma forma genérica, é a falta de controlo e avaliação a que os funcionários estão sujeitos.

Não é experiência nova, para ninguém, ficar à espera que um(a) funcionário(a) acabe o seu telefonema particular sem se dar ao trabalho, sequer, de nos olhar na cara e, muito menos, de esboçar um cumprimento.

Quase todos aqueles que conheço já tiveram vontade de gritar, depois de serem brindados com um olhar de desprezo acompanhado de uma frase do tipo; "Viesse mais cedo".

Também é costume sermos convidados a mudar de "guichet" várias vezes até se verificar que, afinal, o primeiro era o certo.

Mesmo doente, já fui enviado para casa porque não tinha no bolso os meus documentos pessoais. Como se tal fosse necessário para activar a "boa vontade" do médico que vê o seu salário pago com o dinheiro dos nossos impostos.

São tantos exemplos que poderia continuar a noite toda.

A culpa, para além da inexistência de um sistema de avaliação de desempenho, é das chefias directas. Não cabe na cabeça de ninguém que uma empresa mantenha ao seu serviço um funcionário que a faz perder clientela. Porque razão deveria ser diferente na função pública?

No caso das escolas, o cenário é igualmente negro. Sabemos que há uma avaliação das escolas, em geral, mas ficamos sempre sem saber, dentro do estabelecimento, quais são os professores ou funcionários que contribuiram para os baixos desempenhos.

Quer dizer, todos sabemos mas reina a impunidade.

No caso da Cardeal Costa Nunes, escola que, normalmente fica nos lugares mais baixos do ranking das escolas (ao contrário da Escola das Lajes), também não sabemos por que motivo este fenómenbo acontece. Aliás, nem sequer se fala muito do assunto.

A Cardeal é uma boa escola, do ponto de vista arquitectónico. No entanto, a alma das escolas não são as paredes, mas sim as pessoas.
Tenho tido conhecimento de casos que, para mim que sou da área da pedagogia, são incríveis. Professoras que insultam os alunos e que perdem o tempo das aulas a falar da sua vida. Professores que aplicam o método mais idiota que existe: mandar os alunos ler o livro.

Sei que a Direcção tem pouco por onde se mexer para penalizar este tipo de professores. Mas também sei que há acções de formação que podem ser implementadas e que o acompanhamento do que se passa no recinto escolar poderia ser mais próximo.

É exactamente por isso que eu penso que se deveria dar mais autonomia às escolas e implementar um sistema de avaliação externo e eficaz.

É inaceitável a arrogância e a incompetência de alguns funcionários públicos, independentemente das suas funções. Sejam balconistas, médicos, professores ou gestores. Se são incompetentes naquilo que fazem, devem ser dispensados.

Os nossos governos, Nacional e Regional, têm as condições ideais para implementar um sistema de avaliação.

Haja coragem!

Hotel OMM Barcelona

Este hotel tem um restaurante com direito a estrelas no guia Michelan. Não se deve escolher o vinho porque eles tratam de seleccionar o melhor para cada prato. A não perder as sobremesas. Tem de tudo! Até tem uma que sabe a charuto e outra que faz com que o hálito fique perfumado. Experiências!


lobby1

quarta-feira, março 09, 2005

Madalena

Faz 282 anos que a Madalena recebeu o honra de se transformar em Concelho.

Há muitas dúvidas sobre as circunstâncias que levaram à descoberta da Ilha do Pico. Parece-me incrível que, oito anos após a descoberta do Faial, o Pico continuasse por descobrir. Sobretudo sendo tão visível, tão grande!

Que desculpa poderá ser dada para o não povoamento da nossa Ilha que entrava dentro dos olhos de quem a quisesse ver?

Relendo a história, percebemos que um dos motivos que explicam o atraso no povoamento foi o medo da dimensão da Ilha e da sua Montanha. Tentando perceber o contexto, há dois argumentos que nos indicam direcções completamente diferentes; por um lado deveria ser assustador ver uma Ilha enorme, com um Pico imponente mas, por outro lado, como é que marinheiros destemidos que se lançavam ao mar medonho sem terra à vista e sem azimutes, tiveram medo de vir ao Pico?

Estranho, no mínimo!

Lá se resolveu o problema através das histórias do costume. Fez-se o apelo ao religioso. E assim se explica; "um ermita, do Faial, viu a Virgem Maria no Pico e meteu-se numa "chata" e foi remando até cá chegar e ser o primeiro colono".

Treta supersticiosa, penso eu!

O único facto conhecido e certo, é a ignorância sobre o ano e as circunstâncias que levaram ao "descobrimento" e povoamento da Ilha do Pico.

O que se sabe é que o povoamento do Pico começou na vila das Lajes e que, daí, deu um salto para os lados de São Roque.

A "História Insulana" de António Cordeiro, padre da Companhia de Jesus, publicada em 1717, antes do tal foral que deu à Madalena o seu estatuto de centro geográfico de qualquer coisa, mostra que o centro activo (social, económico e político) estava "do lado de lá" da Ilha.

A calheta do Nesquim era importante porque por aí se embarcava muito gado e muita madeira. Santa Bárbara tinha mais de cem habitantes, sendo muito deles ricos e nobres e produziam mais de mil e duzentas pipas de bom vinho.

Aí se lê que a principal Vila era a das Lajes, apesar do seu Porto só ser utilizável durante quatro meses por ano. Nesta altura a Vila das Lajes era a mais importante, com mais de duzentos habitantes aglomerados, aos quais somava um número indeterminado de almas espalhadas pelos arredores. Tinha Igreja Matriz e Vigário, gente nobre e rica e, sobretudo, capitão militar. Era um tal de Pedro Tristão Gularte.

Abreviando podemos verificar que a segunda Vila da Ilha era a de São Roque. Esta era muito rica em madeira, gado e vinho. Tinha Igreja Matriz, cento e cinquenta habitantes, Vigário e um capitão de guerra chamado Simão Ferreira. Sabe-se que antes deste, houve um outro que se chamava Fernão Alvarez que era "tão rico e tão nobre" que lhe chamavam o "Monarca do Pico".

Quanto à Madalena pouco está registado. Ficamos a saber que era uma boa zona de pescaria (refere sobretudo os salmonetes). Ficamos a saber, também, que havia uma total dependência da Ilha don Faial. Aliás, para atravessar o canal, os madalenenses tinham que colocar tochas a arder para que os barqueiros Faialenses soubessem que eles queriam atravessar o canal. Por cada passageiro uma tocha. Em caso de urgência eram colocadas mais tochas do que os passageiros reais. O logro não ilibava o pagamento.

Em síntese, o Pico em geral e a Madalena em particular, nada significavam no panorama político e económico nacionais.

Assim se percebe algumas reacções menos positivas dos Madalenenses em relação à Vila das Lajes e em relação ao Faial.

A Madalena era um "recreio" dos "Faiais" e um mero quintal da "Ilha em frente" enquanto que a Vila das Lajes já tinha vida social e económica autónomas. Aliás, também São Roque prosperava.

Percebe-se a primeira reacção contra as Lajes: os "lepras". Aí era o centro da civilização Picarota. Para a Madalena iam os excluidos e os pobres.

Descodifica-se, também, a segunda reacção contra o Faial. "Fugimos dos poderosos das Lajes para ficarmos dependentes dos do Faial, forte azar!".

Mesmo tendo sido há muito tempo, alguns destes ressentimentos chegaram, via oral, até aos nossos tempos.

Agora, 282 anos depois da grande vitória de nos termos tornado Concelho, é preciso ultrapassar os complexos de inferioridade e de estabelecermos uma relação saudável com os nossos vizinhos.

É preciso, também, não envergonharmos os nossos antepassados, mantendo um presidente da Câmara com as qualidades daquele que temos.

A não ser que queiramos voltar a ser uma Freguesia do Faial.

terça-feira, março 08, 2005

Hotel em Barcelona

O lugar para ficar, em Barcelona é o Hotel OMM.
Quanto à Cidade temos Gaudí, Gaudí e mais Gaudí, as Ramblas e, sobretudo, a obra de um dos melhores arquitectos de sempre, chama-se Domènech i Montaner.


loungebar2

Geoloc

Instalei, como já devem ter reparado, um novo software. O seu funcionamento é simples e dá-nos uma série de informações interessantes. Duas delas, são bastante úteis para quem quer ter uma ideia da proveniência dos visitantes dos Blogues. A luzinha verde diz-nos quem está ligado e a vermelha diz-nos quem esteve ligado. Ambas acendem indicando os países de origem dos visitantes.

O mais curioso, pelo menos para mim, é que hoje esteve gente de vários sítios, alguns dos quais até tenho dificuldade em determinar com exactidão, a visitar o Marazul.

Destes, gostava de assinalar a visita de pessoal dos States. Não sei se passaram e nada perceberam ou se, pelo contrário, é pessoal de cá que se instalou do lado de lá das águas atlânticas.

Sendo optimista, e partindo do princípio que são "conterrâneos", envio uma saudação muito especial, daqui da Ilha do Pico, e faço votos para que cá venham em breve.

Por coincidência estive a ler um conjunto de comentários sobre o aeroporto da Ilha do Pico e, na sua maioria, advogavam que os quinze mil habitantes não justificam uma saída directa para o exterior. Para mim essa é uma falsa questão. Onde houver uma pessoa, deve estar em vigor a mesma lista de direitos que impera nas grandes comunidades. Havendo dinheiro para o investimento…conversa encerrada.

Daqui derivam vários pensamentos:

1- Há dinheiro. Aliás, a Região teve superavit, no encerramento das suas contas. Logo, deve haver mais investimento em infra-estruturas. Felizmente as grandes Ilhas têm o problema da saúde resolvido (há dois ou três meses foram contratados mais 56 médicos para os grandes Hospitais), vamos agora tratar da questão da saúde da Ilha do Pico. É natural que, na fila de espera dos investimentos, a nossa ilha esteja, neste momento, à frente. Aqui já podemos falar de quantidade.
2- Sem voltar à questão dos direitos, é reconhecido que, do ponto de vista do desenvolovimento económico, um número reduzido de habitantes, é um entrave ao crescimento. Talvez fosse boa ideia (volto aos nossos "Lusos" nos States) a organização de campanhas junto dos emigrantes que lhes aumentasse a confiança nas Ilhas e os incentivasse a regressar e a investir nos seus locais de origem.
3- Em última análise, o vulcão dos Capelinhos é o grande responsável pelo estado de sub-desenvolvimento que por cá se verifica. É que foi por "sua causa" que a emigração para os EUA foi "aberta" aos Açoreanos e quase esvaziou as Ilhas do triângulo.
4- A referida campanha de sensibilização dos nossos "Lusos" deveria ser conduzida pelo Governo Regional em parceria com a Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento (a tal do dinheiro da cedência da base das Lajes). Esta posição reforça a necessidade de implantar nas nossas Ilhas a Sede daquela Instituição. Com a actual conjuntura política só não é feita a "transição" se os nossos governantes não quiserem.
5- Como as palavras vão puxando as ideias, lembro-me que saíu uma nova revista Açoreana. Chama-se "Factos". O primeiro número não é brilhante. Tem o benefício da dúvida. Não gostei, sobretudo, por duas razões: nota-se uma grande vontade de se colar à maioria absoluta, perdendo alguma capacidade de análise e de crítica e porque os seus "comentadores" nada comentaram, para além do seu estatuto de comentadores. São meta-artigos (artigos sobre os artigos).
6- Nesta revista vem um artigo sobre a fortuna (falta dela, para ser mais correcto) dos nossos governantes. Ou os dados não são correctos, ou a gestão das suas vidas pessoais é fraca, ou são todos políticos de carreira e nunca tiveram outras fontes de rendimento. Sabendo que os bons técnicos são bem pagos, as conclusões sobre a qualidade do pessoal do aparelho não são muito optimistas.
7- O tempo está bom. As tais tempestades previstas passaram ao lado e o cheiro a incenso atingiu os máximos da época.


Sei que hoje foi uma espécie de salada de temas. Ficam em aberto para futuras reflexões.

De qualquer forma fiz o do costume: escrevi o que me apeteceu!

segunda-feira, março 07, 2005

Os meus Hoteis (cont.)

De novo o Sanderson.
Não esquecer outros pontos de interesse em Londres: as jóias da coroa, as pontes, a National Gallery, o Harrods, o Museu de Cera, o Museu do Design, a Tate Gallery, o Parlamento, passear pelo Soho e beber uma cerveja num Pub ao fim da tarde. (pelo menos)


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Novo Blogue

Bem vindo e felicidades

Novo blogue do pico em

www.noticiasdopico.blogspot.com

Idades

É uma discussão inevitável, quando a malta de meia idade se encontra, aquela que aborda o tema da idade. O chavão mais esgotado é aquele que diz que; "quem me dera ter 20 anos e saber o que sei hoje!".

Não partilho, de todo, essa opinião. Pelo contrário. Acho que, pelo menos até aqui, todas as idades são óptimas.

Voltar a ter 20 anos, ter de estudar para os testes da Universidade, preocupar-me com o primeiro emprego e sofrer a angústia do futuro não é, de certeza, algo que me apetecesse voltar a viver. Gostei dos tais vinte anos, mas não são nenhum marco especial. São, isso sim, uma etapa que me trouxe até aqui.

O mesmo argumento serve para definir a adolescência e os trintas. Foi bom mas já está! Interessa-me agora aproveitar os quarenta. Reciclar a aprendizagem e gozar do estatuto que a idade oferece.

Lembro-me sempre das conversas que tenho com a minha avó que, aos 93 anos, ainda teve força para mudar de casa e de amigas. Pergunto-lhe como é que consegue e ela, com a sua simplicidade, responde com uma frase simples: "porque não?". Quanto às amigas, a minha avó diz que são umas chatas, que só falam de doenças e dos seus que já morreram. Não há paciência!

Estou de acordo! Para fitas não há paciência. Agora, para expremer a vida e retirar tudo o que ela tem para nos dar, contem comigo. Para isso, qualquer idade é boa.

A idade tem-me dado essa experiência necessária para levar as coisas da vida com a ligeireza que elas merecem. No fundo são só pessoas. Não há grandes diferenças nas interacções que vamos estabelecendo. A grande diferença são os contextos. Estes são como quadros ou hoteis: situações a disfrutar!

É claro que, para putos com a mania que são grandes e importantes e que sabem mais do que os outros, quando apenas têm a experiência da linguiça com inhame, estão convencidos de que já conhecem o mundo e que este acaba em Badajoz (tipo Hernâni), já não há paciência.

Aceitamos mal a impertinência! Exigimos o respeito a que temos direito!

Quanto ao resto é, quase tudo, bom. Claro que as carnes vão descaindo e a ressaca é mais difícil de aguentar. Lógico que há mais umas dores e mais umas insónias…

Mas isso não é grave! Em vez de corrermos os dez mil metros livres, fazemos os cem mil metros…de carro!

Vamos muito mais longe…

Melhor ainda, sabemos onde queremos ir e como lá chegar! É fixe!

Anos

Outra coisa boa da idade, que só vem com a segurança, é o sentido de humor.
Tive um belo bolo de anos. Cheio de significados…..



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sábado, março 05, 2005

Bar aberto!

Hoje, 5 de Março, faço anos. (poderes deles…44!)

Parabéns a mim!

Por esse facto, os comentários estão abertos. Uma espécie de amnistia…

Divirtam-se, se quiserem…

Estou chateado!

Li hoje, no jornal Ilha Maior, que foram ao canil envenenar os cães que lá estavam. Falamos de animais que estão retirados do contacto com o público e que, pela sua localização, não incomodam ninguém.

Estamos a falar de animais que, na calada da noite, se deram ao trabalho de colocar o seu cérebro a funcionar para encontrar uma forma eficaz de matar outros animais completamente indefesos.

Quem cometeu este acto não merece outra classificação senão a de cobarde. Falamos de gentinha tão baixa que, dificilmente, os podemos considerar como pessoas. São, isso sim, uns "bardamerdas" inqualificáveis!

Li, também nos jornais locais, não sei em qual, que a Câmara Municipal não considerava a hipótese de apresentar queixa à PSP.

Está tudo louco?

Comete-se um acto inqualificável e ninguém apresenta queixa? Fica assim mesmo; tudo bem, paciência…

Anormais de um lado e incompetentes do outro! Estamos bem entregues! Amanhã mesmo vou eu à PSP apresentar queixa do acontecimento.

Só tenho pena de não haver forma de apresentar queixa da conivência que a Câmara Municipal, na pessoa do seu presidente, mostra com estes assassinos.

O medo de perder votos é um sinónimo da falta de carácter do nosso presidente. Ou falta de carácter ou falta de coragem. De qualquer forma, podemos concluir que lhe falta qualquer coisa!

Está na altura de voltar para a SATA, sr. Jorge Rodrigues!

(Os cães da fotografia tiveram mais sorte e morreram de causas naturais)



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Sanderson Hotel

Outra visão do mesmo hotel. Uma bela sala de estar que é, ao mesmo tempo, o hall de entrada. O bar fica mesmo ao lado…


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sexta-feira, março 04, 2005

Restrições

É de bom tom, pelo menos em Portugal, adoptar medidas drásticas. Ou é tudo à balda ou, pelo contrário, cria-se uma "cinta férrea" que impeça qualquer intervenção.

No caso da zona classificada da vinha a posição tem sido semelhante.

Agora, depois da "balda" tenta-se criar uma espécie de santuário. As restrições, pelo menos na zona A, que é aquela que constitui o núcleo da candidatura, as construções são totalmente proibidas. Não se pode construir nada!

Esta posição é, por si só, uma contradição com o próprio dossier de candidatura. Não nos podemos esquecer que a primeira candidatura foi reprovada por pretender a classificação com base exclusiva na ideia da produção do vinho. A segunda candidatura, a que foi aprovada, tem uma visão mais global e vivencial da área. Refere, para além dos currais e da produção de vinho, os aspectos sociais e culturais/comunitários.

Para além deste facto, lemos na candidatura que o grande aspecto positivo da zona, do ponto de vista da sua rentabilidade, prende-se com o seu potencial turístico.

Ora, é lógico que a vivência social e cultural e o turismo não são compatíveis com uma redoma à volta de toda a área classificada.

Pelo contrário. A verdadeira dinamização do espaço implica a sua vivência em todos os parâmetros. Por exemplo; é fundamental a existência de pequenos aglomerados habitacionais e, também, de pequenas unidades hoteleiras.

O novo plano não prevê essa possibilidade.

Do meu ponto de vista é um erro. Por exemplo, na zona junto da piscina da Criação Velha seria um ponto com condições excepcionais para a construção de um pequeno hotel ou resort. Respeitando as regras da construção tradicional, claro!

Outro erro que o plano contém, do meu ponto de vista, é o facto de permitir construção, apenas, ao longo das estradas. Por exemplo na estrada Criação Velha / Monte e na estrada Pocinho / Calhau, entre outras. A melhor opção urbanistica é, sempre, a construção em aglomerados e não ao longo das vias de comunicação. Qualquer manual de urbanismo refere esse facto. Aliás, apenas por curiosidade, todos os estudos sobre o atraso estrutural português apontam como um dos factores limitadores do crescimento a construção ao longo das vias, em vez da consolidação dos aglomerados.

São duas opções erradas: A construção Zero e a Urbanização ao longo das estradas.

Outros erros menores estão a ser cometidos. Por exemplo, no caso do Pocinho (e vou falar apenas do que conheço melhor) a zona foi classificada como aglomerado residencial com dois moradores. É do conhecimento geral que no Pocinho existe uma unidade hoteleira com alvará passado pela Câmara e reconhecida pela Direcção Regional do Turismo (Unidade não co-financiada e reconhecida há mais de três anos).

Qual é a natureza do erro?

A utilização do solo condiciona a sua classificação e o seu ordenamento. Quer no presente, quer no futuro.

Outro erro é a utilização de espaços situados no meio da zona protegida para fins que implicam poluição. É o caso da nova utilização da "fábrica das gatas" no Calhau que está a servir como ponto receptor de sucata das oficinas do Pico. Esta utilização está prevista por um ano. Não nego a importância da recolha desse lixo. Acho, no entanto, que haveria outros locais para instalar a "sucata".

Em síntese: prolongar a discussão do projecto, tentar confirmar dados aí incluidos e prever alguma flexibilidade na gestão dos solos seria uma atitude ponderada.

Caso contrário, vamos ter um grande número de subsídio-dependentes e de pouca rentabilidade económica. O que pode ser grave porque a sustentabilidade económica é uma das variáveis incluidas na proposta de classificação.

Os meus Hoteis

Também em Londres, uma segunda opção é o hotel Sanderson. Tal como o Park Lane, foi decorado por Philippe Starck.


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quinta-feira, março 03, 2005

Nova votação

Como é a minha semana de anos (já não festejo o dia mas sim a semana), não vamos votar nada de muito importante.Vamos só descarregar na máquina aquilo que sentimos.

quarta-feira, março 02, 2005

Votação

Parece-me que está na hora de encerrar a votação. Os resultados obtidos são muito claros e a tendência é para a manutenção das diferenças.

A quem interessar (a nós interessa de certeza) que fique a saber que o pessoal que visita o Marazul está preocupado com as questões de saúde na Ilha do Pico.

60% dos votantes considera que o investimento prioritário, para a Madalena, é a construção de um Hospital

15% Gostavam de ver construido um conservatório

10% Preferem uma Marina

5% Votam numa piscina coberta

5% Inclinam-se para a requalificação da Vila

3% Escolhem a construção de uma sala de espectáculos

Todas as outras opções tiveram apenas 1%: melhores acessos, porto comercial, casa da cultura e Instituto Politécnico.

Há, sem dúvida, matéria eleitoral para ser tratada através destes dados. Os políticos que se organizem.

Hoteis

Lounge do Park Lane.


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Estilo

Há sítios com estilo. Há espaços agradáveis que nos cativam e nos fazem sentir bem, à vontade. Há, até quem diga que o nosso meio ambiente retrata a nossa maneira de ser, a nossa cultura e a nossa forma de ser e estar.

Há sítios que mostram um estílo pindérico e que desrespeitam a mais elementar dignidade de quem os vive ou os visita.

É o caso da nossa Câmara Municipal. Não pela antiguidade da estrutura (até pode ser um aspecto positivo), nem pela divisão interna. A nossa Câmara é reles na forma como recebe quem a visita.

Estive na Câmara, há uns tempos atrás, para assistir a uma Assembleia que, teóricamente, seria aberta ao público. Deparei-me com uma sala minúscula onde só cabiam os participantes directos na reunião. O tal do público tinha que estar fora da sala, no patamar e nas escadas. Como havia várias pessoas, a boa educação implicava que ninguém se colocasse à frente dos restantes observadores. O resultado dessa situação era um grupo de pessoas adultas, inclinadas para a frente, com a cabeça metida dentro da porta. Como se fossem "voyeurs" e não pessoas com direito a estar presente na reunião.

Não voltei a essas reuniões. Soube depois que muitos outros já tinham desistido de assistir, daquela forma, às reuniões da Câmara.

Talvez fosse esse o objectivo: desencorajar as pessoas a assistir ao que era dito nas reuniões.

Passou muito tempo sem que lá voltasse. A semana passada voltei. Fui consultar a proposta de Ordenamento da Zona Classificada. Esta proposta está para análise pública e será, posteriormente, sujeita a debate. Deve ser consultada.

Quando lá cheguei vi, na entrada da Câmara, uma mesinha pequena, pouco maior do que uma mesinha de cabeceira, três cadeiras encostadas à parede e um dossier em cima da mesa. Abri o dossier e rápidamente verifiquei que, devido ao tamanho dos mapas e dos esboços, só conseguiria fazer uma análise detalhada do projecto se me sentasse no chão e aí abrisse todos aqueles documentos. É claro que não o fiz. Tentei dar uma vista de olhos e decidi ir consultar o mesmo dossier que está disponível, também, nas instalações do "Ambiente". Vou lá esta semana e espero que as condições sejam mais dignas, com maior respeito pela população da Madalena.

Quanto à Câmara, ficamos a saber que o respeito está ausente.

Este espaço, se representa a mentalidade e a cultura do "dono da casa", do Presidente do Municipio, estamos tramados. Nunca mais vamos ter uma Vila como merecemos.

Ainda acabamos com flores de plástico nos jardins públicos.

Um Hotel

Park Lane Hotel, no coração de Londres. O design e o estilo marcam o espaço. Ideal para um fim de semana.



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terça-feira, março 01, 2005

Coisas...

Todos sabem que me tenho fartado de fazer obras neste Pocinho que, quando cá cheguei, estava em ruinas. Todos sabem, sobretudo os que me conhecem, que sou extremamente cuidadoso para não estragar o ambiente e a arquitectura do local. Preservar a história, a cultura e vivência do espaço tem sido o meu lema e a minha preocupação.

Antes de começar a amontoar pedras e a espalhar cimento, tive o cuidado de pedir pareceres a vários técnicos. Por exemplo, e para além dos projectos obrigatórios, convidei um Biólogo para me ensinar quais eram as espécies mais sensíveis. Perguntei ao pessoal da candidatura à UNESCO qual seria a telha mais própria. Respeitei, completamente, a estrutura e a função dos espaços construído. Aliás, o resultado satisfaz-me bastante.

No entanto houve episódios caricatos:

Um dia vi dois Guardas Florestais pendurados nos meus muros. Não era a primeira vez, segundo disse o pessoal que cá trabalha.

Outro dia, estavam duas técnicas do ambiente dentro dos meu terreno. Quando foram vistas desataram a correr rumo à saída. Uma delas era gordinha e deu um espectáculo engraçado.

Outro dia, ainda, fui chamado pelo pessoal porque estava um "homezinho" com uma máquina fotográfica dentro do terreno, junto à minha casa. Lá fui ver quem era. Tratava-se de mais um técnico do "ambiente". Pu-lo na rua, claro. Perguntei-lhe o que queria e ele só perguntava: "Abriu uma estrada? Se fosse agora, voltava a fazer?". Repetiu várias vezes a pergunta até que lhe respondi que: "sim! Claro! Adeus!" e fechei o portão.

Uma vez mais tive outra visita do "ambiente". Era uma arquitecta que, desta vez, pediu autorização para entrar. Ao fim de pouco tempo já estava a fazer barulho. "Falta uma parede! Segundo esta planta falta uma parede!" Como tenho pouca paciência para "meninos fiscais", quis madá-la embora. Safou a situação a calma da minha mulher que lhe explicou que estava a ver a planta de pernas para o ar e que, a dita parede, estava onde devia; do outro lado. Corou a rapariga e foi-se embora.

Farto de tanta visita clandestina, fui falar com o Arquitecto responsável pelos serviços. Disse-lhe que se quisessem visitar o Pocinho era só pedir. Não haveria qualquer entrave, da minha parte. Ele disse-me que o problema é que tinha havido denuncias. Que tinham de actuar. Eu disse que não havia problema, que fizessem o que tinham de fazer mas que parassem, de entrar em minha casa como se fossem ladrões. Depois de um tempo de conversa lá obtive a informação correcta. "Abriste um caminho, cortaste "vassoura" e, como houve denúncia, temos de fazer algo."

Relembrei-o que não abri nenhum caminho, que me limitei a limpar uma canada e que já o tinha informado a ele e ao Secretário Regional do Ambiente, quando tinham estado em minha casa, de que faria tal limpeza.

"Pois é! Devias ter feito por escrito!"

Fiquei mais descansado. Não havia dano à natureza, apenas burocracia.

"Ainda podes fazer o pedido, tens é que meter a data anterior. Estamos em época de eleições e ainda pode haver problema…podem dizer que foste beneficiado por conheceres o Secretário. Faz o pedido."

É claro que não fiz pedido nenhum. Já o tinha feito verbalmente. Questões burocráticas e políticas não me motivam.

Tenho agora duas "contra-ordenações". Uma por abrir um "estradão" segundo a terminologia dos "especialistas" e outra por ter cortado um número incerto de pés de "vassoura".

Tudo bem, não é grave. Gostava, no entanto, de retirar algumas conclusões:

1- Não se pode confiar na conversa das pessoas. Ou há documentos assinados ou, à última da hora, corremos o risco de passar por "clandestinos".
2- O estado parte do princípio que os cidadão são incompetentes. Podemos fazer as coisas de forma correcta mas, se não houver autorização, está tudo errado.
3- Amanhã, se quiser, posso cortar a "vassoura" toda para plantar vinha. Está previsto no plano da zona protegida. Até me dão dinheiro para cortar tudo, desde o Pocinho até à estrada do Monte. Haja lógica. A espécie é protegida ou não?

Penso que é necessário menos estado e mais cidadania. É preciso formar os "técnicos" do estado, de forma a não fazerem figuras ridículas que só desacreditam aqueles que representam. É necessário, sobretudo, pensar na delegação dos poderes. Para ter poder é fundamental ser-se objectivo, maturo e responsável. Não basta uma licenciatura.

Conheço "montes de licenciados que são umas bestas. Até conheço um que é deputado.

Momentos

Há dias em que temos de parar o carro e contemplar. Indo, ao fim da tarde para a Madalena, pela estrada da Areia Larga o "filme" é digno de óscar. Vou partilhar…


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