Tenho escrito aconselhando que se fizessem estudos sérios sobre o trânsito de passageiros, de forma a obter dados incontestados que nos permitissem exigir o aumento de voos para a Ilha do Pico.
Erro meu, conforme me fizeram lembrar alguns comentadores, que agora admito.
Essas tretas da ciência e dos números implicam contas complicadas e isso é, sem dúvida, uma mariquice.
Os Picarotos não vão nessas cenas! Aliás, este espírito prático não é recente.
Vejamos: no Volume 3 dos anais da família Dabney, na página 35, está escrito o seguinte: “As pessoa do Valverde estavam a invocar bênçãos sobre nós por termos trazido a chuva há muito desejada. (O povo do Pico tinha uma tradição de que chovia sempre que tentávamos subir ao cume.)”.
Por isso, vamos mandar a ciência e a capacidade de argumentação às urtigas e vamos enviar uma delegação para falar com o ministro.
Vai ser mais ou menos assim:
- Ehhh Óme, o sr. Tá bunzinho? A gente tava na adega mais o sr. padre e o sr. presidente e mais outros que também mandam, a comer um belo “crongo” e a gente fomos aqui mandados para pedir mais aviões pró Pico.
Diz outro:
- Pois! É que as malas ficaram atrás e foram 70 para o Faial!
Diz outro, ainda:
- O meu primo que trabalha na “fustral” ia nesse!
O último acrescenta:
- Nós temos muita gente para andar nessa vida. Só lá em casa somo dez. Dois estão acamados, cinco nunca saíram do Pico, uma é pequena e a minha mulher só faz o que lhe digo. Quer dizer….pelo menos eu já fui ao médico a Lisboa. Temos que ter mais voos!
A conversa podia continuar páginas e páginas.
Se não conseguirmos mais voos desta maneira, ao menos poderemos conseguir reforço da alfabetização de adultos.
Assim seja!
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