sexta-feira, julho 28, 2006

Erros meus

Tenho escrito aconselhando que se fizessem estudos sérios sobre o trânsito de passageiros, de forma a obter dados incontestados que nos permitissem exigir o aumento de voos para a Ilha do Pico.

Erro meu, conforme me fizeram lembrar alguns comentadores, que agora admito.

Essas tretas da ciência e dos números implicam contas complicadas e isso é, sem dúvida, uma mariquice.

Os Picarotos não vão nessas cenas! Aliás, este espírito prático não é recente.

Vejamos: no Volume 3 dos anais da família Dabney, na página 35, está escrito o seguinte: “As pessoa do Valverde estavam a invocar bênçãos sobre nós por termos trazido a chuva há muito desejada. (O povo do Pico tinha uma tradição de que chovia sempre que tentávamos subir ao cume.)”.

Por isso, vamos mandar a ciência e a capacidade de argumentação às urtigas e vamos enviar uma delegação para falar com o ministro.

Vai ser mais ou menos assim:

- Ehhh Óme, o sr. Tá bunzinho? A gente tava na adega mais o sr. padre e o sr. presidente e mais outros que também mandam, a comer um belo “crongo” e a gente fomos aqui mandados para pedir mais aviões pró Pico.

Diz outro:

- Pois! É que as malas ficaram atrás e foram 70 para o Faial!

Diz outro, ainda:

- O meu primo que trabalha na “fustral” ia nesse!

O último acrescenta:

- Nós temos muita gente para andar nessa vida. Só lá em casa somo dez. Dois estão acamados, cinco nunca saíram do Pico, uma é pequena e a minha mulher só faz o que lhe digo. Quer dizer….pelo menos eu já fui ao médico a Lisboa. Temos que ter mais voos!

A conversa podia continuar páginas e páginas.

Se não conseguirmos mais voos desta maneira, ao menos poderemos conseguir reforço da alfabetização de adultos.

Assim seja!

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