quarta-feira, fevereiro 03, 2010
Voar cansa
Deixar para trás...
abandonar...
Mudar de rumo...
Enfim que se lixe o “borboletar “ da “ave”.
Se quiser aterrar de forma melancólica e cândida no doce perfume da certeza triste do futuro sem alma e sem paixão que o faça. Se, por outro lado, quiser voar alto ao sabor da inconstante descoberta e do sabor forte da pimenta e do picante, de certeza que nos cruzaremos caminhos algures no espaço e na mente.
Decidido que a viagem só é real quando a carne e a mente sentem o processo, aprecio sempre mais as mexidas e solavancos do que o planar manso da bonança.
Assim nada muda. É uma continuidade fatigante e sem graça. Nada se abandona, nada fica para trás e mantém-se o rumo.
Cortando de forma grossa e abrupta garante-se, sobretudo, a liberdade. A liberdade de sentir e sorver a vida em pedaços talhados à dimensão do espírito.
Não será ainda desta.
A distância e o tempo não são suficientes para merecer o pomposo título de “viagem”. Adequa-se mais o meio termo: “pequena incursão”, “desvio de rota”, “pausa no quotidiano” ou até mesmo o miserável “fim de semana prolongado” tanto do nosso jeitinho cultural.
Como uma borboleta sem rumo assim ficamos. Traseiro colado na Ilha e a mente solta onde sempre andou: no meio de nenhures.
sábado, novembro 21, 2009
Little Petra - a dona do condomínio
Little Petra - Catering
Little Petra
Little Petra - Vista geral
Little PEtra
Petra - Acolhimento no "mosteiro"
Petra - ex libris 2
Petra - caminhos
Petra - site
Petra - edifícios no site
Petra - Site vista geral
Intervalo nas fotos
Petra - site
Petra - ex libris
Petra - Site arqueologico
Petra - Vistas
Intervalo nas fotos
Petra - By night
Petra - Transportes
Petra - Beduinos
quinta-feira, novembro 19, 2009
Petra
Mais ou menos a quatro horas de Amman (de carro) fica Petra. Uma das estradas que une as cidades é a chamada “estrada do deserto”. ノ um caminho com pouco interesse. O deserto à vista é só pedras e está pejado de postes de alta tensão e outras intervenções pouco cuidadas.
O retorno será, com certeza, por uma via alternativa.
Petra é, a primeira vista, uma pequena Vila sem grande interesse, para além dos bares e restaurantes para estrangeiros.
O hotel mostra bem o quanto a Internet pode enganar. Para além de ficar a 15 Km de Petra e ter uns exteriores agradáveis, os interiores em nada honram as fotografias de engodo vistas no web site.
Que se lixe!
Está frio à noite e o sítio não podia ser mais calmo. Não se ouve um som!
O pôr do sol pôs os rebordos das montanhas como asas de borboletas vermelhas e foi bonito.
Quanto ao “site” arqueológico, logo se verá. Uma visita nocturna à luz das velas é o programa para hoje.
quarta-feira, novembro 18, 2009
Amman - mercado
Amman - centro antigo
Amman - Vista da Cidadela
Amman / Cidadela
Amman - Jordania
No entanto, o sol da manha da uma perspectiva mais amigavel a cidade. Amman espalha-se por varios Kilometros. Nao havendo predios em altura (apenas contei dois) a malha urbana espalha-se e impossibilita as caminhadas de reconhecimento.
A primeira impressao e bastante agradavel. A cidade e limpa e o pessoal local amigavel. A distancia entre pontos de interesse nao e grave porque o preco dos taxis sao baixissimos.
Nao fosse a chuva, o frio e o anoitecer as quatro e pouco da tarde e a estadia seria, com certeza, muito mais agradavel.
Alguns destaques que dao sempre uma memoria duradoura a viagem prendem-se com a vivencia dos lugares. A comida, as pessoas, o ambiente geral. Nestes capitulos a nota e, sem duvida nem hesitacao, muito positiva. Comida picante e diversificada, ambiente limpo e pessoal calmo (nada das confusoes normais nos mercados arabes).
Nao fosse o tiroteio de hoje entre dois desavindos, no centro antigo da cidade e a profusao de caracteres ilegiveis e nem se dava conta de que os costumes eram tao diferentes. Isso e a Babel de produtos do Iraque, Irao e Afeganistao.
O sentido de humor e pesado e verifica-se na dureza de algumas frases. Por exemplo na venda de chaves com as legendas "esta e a chave da minha casa no Iraque" ou "esta e a chave da minha casa na PAlestina".
terça-feira, abril 22, 2008
Absurdo
Hoje encontrei uma história absurda.
Cá vai:
Marca branca, redonda, em fundo negro. Igual às iguais… dezenas de iguais. Todas certas. Brancas. Redondas. Como numa melodia trauteada por um maestro distraído.
Pensei em contá-las.
Desisti na nonagésima!
Não por tédio nem por monotonia, mas sim por respeito. Pareceu-me herético determinar uma geometria tão perfeita de originalidade vulgar. Tão original como o ordinário mais ordinário consegue ser quando os olhos do observador se abrem pela primeira vez.
Nunca tinha sentido rima tão perfeita.
Avancei cauteloso a mão direita, sem saber se teria coragem para decifrar a textura que se me oferecia.
Parei no arranque.
Pensei em pêssegos, framboesas, luz e contraste, antecipando o sentido mágico do momento.
Lembrei-me do início e vou contar!
Era terça ou quarta-feira do meio de um mês frio. As vagas ultrapassavam facilmente as tentativas vãs da teleobjectiva que tentava aprisionar o momento. Lembro-me de ter pensado que o momento que captamos é sempre o seguinte e nunca aquele que queremos. Pensava desta forma quando ouvi uma melodia conhecida, vulgar na altura, mas que estava a ser trauteada de forma nova, diferente. Lembro-me de ter pensado que não havia nada mais invulgar do que a vulgaridade redecorada.
Olhei para o meu lado esquerdo, estava sentado numa rocha a olhar para o mar, e vi uma jovem, muito jovem e desconhecida, que me acenava de dentro de umas luvas grossas de lã….vulgares.
- Olá! Disse-ma uma voz incaracterística, num tom cantado que marcava uma personalidade simpática.
- Olá! Pensei baixo, soltando um som inaudível.
E fui pensando, na velocidade a que o meu pensamento me habituara, como seria bom encontrar o imprevisível. Alguém que, mesmo bem conhecido, nos surpreendesse no dia a dia, não deixando por isso de ser familiar. E pensei em pormenores. Em pijamas, em noitadas, em carícias e em amor. Arrufos novos dentro de problemas velhos.
E disse alto:
- É uma grande responsabilidade para quem tem tão poucos anos.
- É a história da minha vida! Respondeu-me a mesma voz, agora num tom acima, surpreendentemente maduro.
- De que falas, rapariga?
- Falo do mar que bate sempre no mesmo sítio com força diferente, falo do céu que brilha todas as noites com combinações diferentes, falo dos caminhos iguais que percorremos todos os dias com passadas diferentes e falo das cores com que nos cobrimos sempre com disposições diferentes. Falo de nós e aceito a responsabilidade.
Sorri céptico e voltei a olhar na direcção do mar. Lembro-me de ter pensado que o mar estava diferente: mais furioso, mais azul e mais liquido.
Sorri, creio que de satisfação irónica. Disparei mais uma fotografia e, mais uma vez, captei o momento errado.
Na lente lá estavam as manchas redondas, uniformes.
Recomecei!
Noventa e um…
segunda-feira, abril 07, 2008
New York
Outra forma de dizer as coisas é chamar-lhes os nomes reais. Neste caso, fez-se o fim do ciclo tardiamente por uma simples razão: preguiça.
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