O grau de desenvolvimento e de bem estar de uma população mede-se através de um conjunto de variáveis interdependentes. Há, no entanto, formas directas de avaliar o seu bem estar. Uma dessas formas, bastante fiável, é a análise da localização dos indivíduos na pirâmide de Maslow.
A análise é simples; quanto mais junto à base estiver o pessoal, menor é o seu bem estar e a sua satisfação.
Sabendo que na base da pirâmide estão as preocupações ligadas com as necessidades básicas e, seguidamente, num segundo degrau, com a segurança, sempre que encontrarmos pessoas que sejam incapazes de projectar o raciocínio para além dessas fronteiras, estamos mal!
No caso da nossa Ilha, alguns indicadores podem ser analisados, nomeadamente no que diz respeito à realização de festas populares.
O panorama é desolador!
Poucos falam da qualidade da organização, da pimbalhice adjacente ou, até, das tradições que representam.
Pelo contrário, a maioria dos comentários é sobre “os comes” e o seu preço.
- Este ano foi a pagar!
Diz um ainda a salivar de olhar para o distante atum.
- Este ano não foi de borla!
Acrescenta outro com os olhos esbugalhados presos nos fartos pratos daqueles, poucos, que desfrutaram das iguarias.
- É por isso que os outros não vieram!
Afirmam em coro, tentando transmitir para os “outros” a fome que lhes corrói o raciocínio.
Pois é, estamos mal! Nem o roncar dos carros que deram a musica para o folclore bailar, nem a entrada estonteante da bela interprete de perna fina e ar decidido, nem o grito de abertura (“Viva areia branca”), nem a letra lírica (“bateste…bateste…no meu traseiro”) nem as danças étnicas da Madeira e Cabo Verde que, brotaram espontâneas ao som do pop portuguesa de Almada (ou seria Damaia?) fizeram os nossos filhos da terra pensar noutra coisa.
- Se calhar não vieram porque era caro!
Ouvia-se em surdina e com saudade.
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