quinta-feira, abril 28, 2005

O gosto…

Poucos temas são tão subjectivos como este e, por isso mesmo, despertam um tão grande interesse.

Podemos partir do princípio que o sentido estético sofre uma influência directa do meio social e cultural em que os indivíduos estão integrados.

Lapalisse dixit!

Acrescente-se, ao "tipo médio", a possibilidade de viajar, de ver outras realidades, de se instruir na leitura dos símbolos, a capacidade financeira para aceder à oferta cultural Universal e temos um ser com o "gosto cultivado", requintado e apreciador "das coisas boas da vida".

De que é que essas pessoas gostam? O que é, afinal, o bom gosto?

Não faço a mínima ideia! Não sou capaz de afirmar, com certeza absoluta, que valores estéticos se devem impôr qualitativamente. Sei-o para consumo interno, para mim. Para os restantes populares, tenho alguma dificuldade em hierarquizar uma listagem de "belezas" consumíveis. Não o vou fazer!

O contrário, no entanto, é fácil. Definir elementos que de tão dissonantes, se tornam de "mau gosto", é desporto de massas. Qualquer pessoa pode verificar os indicadores e concluir que aquele elemento está a mais. Está deslocado e é, portanto, desagradável.

Exemplos?

Vamos a isso!

Líderes que dizem que um candidato é fraco, "já deu o que tinha a dar", "é um perdedor" (etc.) e, passado duas ou três semanas o apresentam como o "seu" candidato, é feio. É tão deslocado como exibir uma "cremalheira" cariada num concurso de beleza. São dois casos em que se deve recusar a participar ou, melhor aínda, manter a boca fechada.

Saber que já foram convidados uma série de pessoas para assumir uma candidatura e que todas recusaram. Saber que fazem o convite só porque não têm mais ninguém e que o fazem contrariados e, mesmo assim, aceitar…É feio! É como um sexagenário com artrose querer participar num concurso de "break dance". São casos em que o melhor é estar quieto. O resultado final só pode ser…fazer má figura.

A lista de exemplos poderia continuar mais uns metros. Vamos deixar alguns exemplos para os próximos dias. É que bater no ceguinho que, por acaso também ouve mal, depois de ele mostrar sinais de desfalecimento, é tão obsceno como um Cardeal levar uma grade de cerveja para o velório Papa. É foleiro!

Não vamos seguir o exemplo.