A linguagem do pensamento não transcrita torna-se numa vontade não concretizável. Esperava que o meu balanço fosse calmo como numa viagem de comboio em primeira classe. Isto é, nem empurrões nem altas sonoridades deveriam impedir o meu merecido descanso. Sem interferências haveria de acordar quando a biblioteca estivesse vazia, ou quando o olhar apurado observasse a pobre realidade ou, na melhor das hipóteses, quando me apetecesse.
Saiu-me na sorte um passeio de traineira em mar cavado.
Balancei, balancei, balancei e voltei a balançar, quase até ao enjoo!
Não existe gravidade no facto. Mesmo não sendo marinheiro experiente, a Taprobana manteve-se distante e as sereias, mesmo as oficiais, apenas cantaram sonoridades de festa popular num triste karaoke de artistas desconhecidos e irreconhecíveis. Nada que desperte o espanto e o encanto a quem navega de olhos abertos.
Apesar da troca imprevista no transporte que me tem arrastado nos últimos meses, nada de irreal poderia levar ao acordar irritado. Apenas o balanço provocado pelo encontrão poderia provocar o distúrbio. E, infelizmente, assim foi!
Acordei!
Bom dia a todos!
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