É pura maldade interpretar os factos com base apenas na realidade observável. Por trás de uma cena há sempre uma onda; às vezes uma boa onda outras vezes uma má onda. O óbvio é que, sem ver a onda, não se deve dar lustro às pranchas.
Os mais imediatistas apenas viram, no sábado passado na discoteca, três matulões bêbados a insultar e a ameaçar um jovem. Viram também a passagem aos actos. Viram ainda a chegada de um outro interveniente que não se intimidou com a coragem etílica e deverá ter dito qualquer coisa como:
- Metam-se comigo que sou do vosso tamanho!
Viram ainda que, na confusão normal que se seguiu, e não havendo a esperada retirada, o provedor levou um murro. Há quem tenha ouvido alguém exclamar:
- É pá! Cum catano! Vai buscar!
Não sei se esta parte é verídica, mas dá um certo toque de modernidade.
Alguém ouviu, ainda, uma voz sumida e tímida dizer:
- Vamos embora amor!
E foram! Não por cobardia mas sim por lealdade.
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