Prepara-se, o Partido Socialista, para realizar uma reunião. Vai reunir a Comissão Política, amanhã, quarta feira. Como estamos em plena época de podas, a tentação vai ser grande. É da tradição do PS Pico efectuar podas radicais.
No seu passado recente, pelo menos em relação à Madalena, o PS vai diminuindo de vitalidade. Nenhum dos elementos que caracterizam um grupo, está presente:
- Não há objectivos comuns. Cada vez mais, a ideologia está ausente nas discussões internas. Limita-se a um prolongado "lavar de roupa suja" em que, bem verificado, ninguém sabe muito bem os motivos porque está contra este ou aquele militante e/ou facção. As respostas são fracas demais para terem sustentabilidade. Há, apenas, um somatório limitado de objectivos pessoais e, o seu sucesso, depende da manutenção desta situação de conflito emocional.
- Não havendo objectivos comuns, o grupo, ou o que resta dele, evolui no sentido da relação e não no da tarefa. Em vez de haver um trabalho sério, com o objectivo de aumentar e reforçar a capacidade reivindicativa do núcleo, navega-se à vista. Discutem-se afectos. Gosto deste! Detesto aquele! Como se se tratasse de uma agência matrimonial.
- Não há coesão. Sempre que algum militante novo entra, é recebido como sendo "de fora". O argumento mais comum é; "Ainda não conheces isto!", "A Madalena é complicada!". Como se houvesse pessoas fáceis noutros locais. Como se a condição humana, por milagre, fosse diferente na Madalena. São só pessoas! A questão é que a estrutura actual, tal como as anteriores, é incapaz de integrar e mobilizar novos militantes. Não há projectos que induzam coesão ao grupo!
- A falta de coesão implica um distanciamento das "batalhas", imediatas ou a prazo. A grande maioria dos militantes encara, por exemplo, as diferentes eleições, como um fenómeno distante, em relação ao qual nada tem a dizer ou fazer.
- Não existe uma estrutura interna ao grupo. Não há papeis a distribuir. De um lado sentam-se os poucos que vão decidindo e, do outro lado, a maioria que nem sabe o que pode fazer para ajudar. O argumento, já o ouvi, é: "Queres ajudar? Então cala-te!". É pouco como estrutura de papeis e funções. Aliás, não é pouco: é nada!
- Não há relações cara a cara que mantenham o grupo vivo. Sem comunicação não há grupo. Há quatro anos, pelo menos, que não há uma reunião do núcleo da Madalena!
Por isso, neste cenário, vamos aguardar por mais uma sessão de "corte geral". Aquele dificulta! Aquele fala muito! Aquele é de más familias! Aquele não sabe falar! E por aí fora, numa poda radical. Todos os ramos que parecem crescer noutro sentido serão cortados.
A alternativa vai ser, penso eu, o procurar ramos que pertencem a árvores diferentes e, numa mistura de cola, prego e agrafador, tentar colá-los à arvore socialista. Esperam, com certeza, que estes ramos venham a dar flor e fruto. Santa Ingenuidade e que incapacidade de aprendizagem.
Se estivesse enganado era um bom princípio!
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