O tema das sondagens tem estado, desde o caso da Universidade Moderna e a eventual implicação de Paulo Portas na gestão do seu centro de estudos de opinião, na boca de todos os portugueses.
Com algum atraso, chegou a moda das sondagens ao Pico!
Nada de novo no fenómeno. No entanto, como diz o povo (e muito bem), "cada macaco no seu galho". Todas as profissões têm a sua ciência e implicam competências próprias. Fazer sondagens é do território das ciências sociais e humanas e é "coisa séria".
Não sendo muito exaustivo, há vários aspectos que validam os resultados de uma sondagem. Desde logo a definição do Universo em estudo (qual é a totalidade de indivíduos cuja opinião quero analisar). Por exemplo, se eu realizar uma sondagem neste meu Blog, o meu universo seria: todos aqueles que têm computador, utilizam a internet e "entram" no meu blog. A validade das conclusões seria válida, apenas, para estas dezenas (espero eu, com optimismo) que lêm as opiniões que aqui exprimo.
Qualquer extrapolação das conclusões seria abusiva e demonstraria, no mínimo, má fé.
Em segundo lugar, teriamos de definir uma amostra significativa desse universo. Sabendo que nem todos os que aqui entram têm paciência para responder a questionários, teria que definir um grupo que representasse, em todas as variáveis (social, económica, cultural, académica,etc.), o universo em estudo. A selecção da amostra implica vários problemas de nível qualitativo e quantitativo. O primeiro e decisivo neste caso, é que em pequenos números (da ordem das centenas) não há amostras significativas. Temos de inquirir todo o universo.
Em síntese, no nosso caso prático, teriamos de fazer com que todos os que visitam o blog votassem. Não conhecendo a sua identidade, tal não é possível.
Mais, ainda, os votantes deveriam ter a oportunidade de votar o mesmo número de vezes para não induzir as conclusões em erro grosseiro.
Sendo uma sondagem de opinião, a forma como construímos a pergunta, ou como agrupamos as possíbilidades de escolha, são factores que podem condicionar as respostas e, desta forma, aumentar o seu grau de subjectividade.
Apesar de não ser exaustivo, (há muitos outros factores a ter em conta, no lançamento de uma sondagem, se a quizermos válida), creio que é claro que qualquer votação que colocasse no Blog não seria uma sondagem. Seria, quanto muito, um jogo ou uma brincadeira.