quarta-feira, janeiro 23, 2008

23 Jan. (Lago Atitlan)

Como já se tinha percebido ontem, pela forma como Bill teve de descer a correr as escada que o conduziam ao quarto, agarrado à boca e com as entranhas a ferver, hoje acordamos com o som do helicóptero que o veio buscar.

Curioso é o facto de essa ter sido a minha primeira pergunta à chegada ao hotel.

“sin tenemos heliporto!” e continuaram dizendo que o helicóptero pequeno era 1200 dólares e o grande 1500 dólares.

Bill saiu em grande! Um helicóptero do tamanho da sua grande agonia.

De manhã, ainda com dúvidas sobre a eficácia das hóstias de Imodium, lá decidimos alugar um barco que nos levasse até Santo Isidro e Panajachel. De Santa Catarina a Santo Isidro são 30 minutos acelerados e dá uma perspectiva do buraco em que está encravado o lago Atitlan. Não são apenas os vulcões que o rodeiam é, também, o efeito das escarpas que o aprisionam. O lago Atitlan redefine, no meu imaginário, o conceito de fim do mundo.

No entanto, por todo lado vemos casas de luxo penduradas nas falésias e com centenas de degraus que levam aos embarcadouros privados. O lago é uma espécie de Riviera Guatemalteca, onde os abastados constroem os seus palácios de veraneio de dificílimo acesso.

A viagem até Santiago foi calma. O lago manso permitia que barco de lata arranhasse a superfície sem grandes abanões.

Santiago é muito bonito. Uma ladeira íngreme liga o cais ao centro da vila. Até lá chegar dezenas de tendas de artesanato expõem as peças mais coloridas que se possa imaginar. As toucas, as roupas e o dialecto falado dão um tom pitoresco e rústico à caminhada. O largo fervilha de vida.

Voltas dadas e regateamento feito (hoje sai com uma máquina do negócio, uma bomba do preço baixo, de tal maneira que o que começava por 800 quetzales, rapidamente chegava aos 300 e menos!) volta para o barco para seguir para Panajachel.

O sacaninha do lago é caprichoso e, quando o vento se levanta, ondula bastante.

Vai bater!

Era o grito de ordem dado, sempre que a lata levantava voo e ameaçava bater de barriga na água dura do lago. Assim fomos nessa gritaria quase até Panajachel. Olhando o lago agora, da varanda do quarto da casa Palopó, vejo a água mais tranquila deste mundo. Foi mesmo de encomenda a viagem!

Panajachel é mais turístico mas mantém intacto o charme das Vilas do lago Atitlan. Mercados, vendas, ruído, cores e gente por todo o lado. Mais um passeio calmo a pé para, depois, rumarmos ao cais privado da casa Palopó e subir os 150 degraus que, devido À altitude, parecem, pelo menos 300.

Agora é preparar para carregar com o fruto da regateação!


A nossa "lata" de voar no lago Atitlan
Chapéus de Santiago Atitlan
Hora de ponta em Santiago Atitlan
Artesanato de Santiago
Rua de Santiago
Stress em Santiago Atitlan
Fila no banco em Santiago
As cores de Santiago Atitlan

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