Há dias que têm vinte e quatro horas mais compridas do que outros. Ontem foi um dia desses. Cheio de emoções, novidades e experiências.
Tudo começou na recepção do hotel Marriott. Enquanto negociávamos preço e tipo de carro para nos levar ao lago Atitlan, reparamos que havia uma quantidade grande de Guatemaltecas com bebes ao colo que cirandavam pelo Átrio. Por outro lado, não era menor o número de Americanas que transportavam crianças locais.
Feito o negócio do carro, uma carrinha de 9 lugares, com os pneus aceitáveis foi a escolhida, passamos à investigação. Entre várias abordagens ficamos a saber que havia uma “agência de adopção” no segundo andar. A entrada na sala onde se tratam dos pormenores é uma espécie de murro no estômago, daqueles que atrasa a digestão por vários dias. Várias mães com aproximadamente três dúzias de bebes (desde recém nascidos até aos dois anos) fazem uma mostra, tipo supermercado, das qualidades das crianças. Chegam a a firmar que, apesar de feiinhos agora vão ficar lindos depois. Marketing do mais negro. O pior é a ansiedade e a pressa em fazer “negócio” que se lê na cara daquelas mulheres. Segundo a “agência” paga-se 18 mil dólares e, ao fim de uns tempos é so vir buscar os miúdos. O tempo depende das burocracias de cada País. Pelo número de grávidas com filhos ao colo e que já “despacharam” outros, o negócio é florescente.
Deixado para trás aquele lugar indescritível, de muito má cara e bastante nauseados, lá nos preparamos para fazer os 150 Km que nos separavam do lago. A informação que tínhamos tido, de várias fontes, era de que a viagem seria de 3 horas.
A saída da cidade da Guatemala foi confusa e implicou um ziguezaguear constante. Não é muito claro qual o melhor lado para ultrapassar, por isso, foi-se tentando vários. Entre muito trânsito, alguns caídos na berma da estrada e um sol abrasador, lá fomos andando sem problemas.
Sol de pouca dura. Mais à frente um pouco já havia pessoal fora dos carros a dizer:
“no se paza”.
E não se passava mesmo. Demos a volta pelo interior de uma cidade completamente anárquica e, meia hora depois, já estávamos na estrada. A viagem corria sobre rodas.
E assim foi durante uns bons kilometros. Deu para apreciar a vista e relaxar. De repente, ao fundo da estrada, vimos que os carros estavam todos parados. Estrada em obras. Pelo menos 50 minutos de espera.
“Ok, no problem”!
O pior era o sol que se fazia sentir com força, sem sombras por perto, nada para comer ou beber e quartos de banho nem vê-los. Como a cena deve ser diária, ao fim de pouco tempo, lá começaram a aparecer os vendedores ambulantes. Nada tinha aspecto seguro e, por isso, o almoço ficou-se por um saco de amendoins.
Sentamo-nos no carro e fomos apreciando a loucura. Carros, camiões e, sobretudo, a camionetas de passageiros, não tinham tempo a perder em filas. Estavam a marimbar-se para os cortes na estrada e se vinham carros de frente a pensar que o caminho estava livre. Passavam por nós a cem a hora, sem qualquer receio. Por isso todos têm escrito em letras garrafais “Jesus protege-me”. Que trabalheira que ele tem a proteger estes loucos todos.
Mais um tempo e, aberta a estrada, começou uma espécie de carrossel em que parecia que apenas o que chegasse primeiro entraria no reino dos céus. E somos testemunhas que quase todos tentaram. Acalmando o corrupio, lá paramos duas vezes mais, mas menos tempo.
Saídos da estrada principal, encontramos Sololá. Uma vila indígena, onde as vestes são tradicionais sem ser para agradar aos turistas. È assim mesmo que andam no dia a dia. Pedimos ao condutor para parar o carro para podermos ver de perto aquele ambiente. O condutor foi claro a dizer que não era seguro. Depois de alguma insistência nossa e de muitos conselhos sobre a melhor forma de guardar os bens lá paramos. Com a conversa do condutor nos ouvidos, entramos na Vila com alguma cautela, dirigindo-nos primeiro à Igreja. Foi sol de pouca dura. Não resistimos e entramos pelo mercado dentro, regateamos fotografias e passeamos um bocado.
Valeu bem a pena, a paragem.
A partir de Sololá, o caminho para Panajachel e, depois, para Santa Catarina de Palopó, é serpenteante e com enormes ribanceiras que vão dar ao lago. É uma estrada que pode enjoar alguns e amedrontar outros, conforme a sua capacidade para lidar com a vertigem. Connosco correu bem. Panajachel foi vista de passagem (porque vamos voltar lá) e lá chegamos a Santa Catarina de Palopó com mais ou menos duas horas de atraso, relativamente ao previsto.
O lago é de uma grande beleza, encravado em montanhas e, de Santa Catarina de Palopó, tem-se uma vista brutal sobre o lago Atitlan e os três vulcões da outra margem.
Foi um dia inesquecível!
Tudo começou na recepção do hotel Marriott. Enquanto negociávamos preço e tipo de carro para nos levar ao lago Atitlan, reparamos que havia uma quantidade grande de Guatemaltecas com bebes ao colo que cirandavam pelo Átrio. Por outro lado, não era menor o número de Americanas que transportavam crianças locais.
Feito o negócio do carro, uma carrinha de 9 lugares, com os pneus aceitáveis foi a escolhida, passamos à investigação. Entre várias abordagens ficamos a saber que havia uma “agência de adopção” no segundo andar. A entrada na sala onde se tratam dos pormenores é uma espécie de murro no estômago, daqueles que atrasa a digestão por vários dias. Várias mães com aproximadamente três dúzias de bebes (desde recém nascidos até aos dois anos) fazem uma mostra, tipo supermercado, das qualidades das crianças. Chegam a a firmar que, apesar de feiinhos agora vão ficar lindos depois. Marketing do mais negro. O pior é a ansiedade e a pressa em fazer “negócio” que se lê na cara daquelas mulheres. Segundo a “agência” paga-se 18 mil dólares e, ao fim de uns tempos é so vir buscar os miúdos. O tempo depende das burocracias de cada País. Pelo número de grávidas com filhos ao colo e que já “despacharam” outros, o negócio é florescente.
Deixado para trás aquele lugar indescritível, de muito má cara e bastante nauseados, lá nos preparamos para fazer os 150 Km que nos separavam do lago. A informação que tínhamos tido, de várias fontes, era de que a viagem seria de 3 horas.
A saída da cidade da Guatemala foi confusa e implicou um ziguezaguear constante. Não é muito claro qual o melhor lado para ultrapassar, por isso, foi-se tentando vários. Entre muito trânsito, alguns caídos na berma da estrada e um sol abrasador, lá fomos andando sem problemas.
Sol de pouca dura. Mais à frente um pouco já havia pessoal fora dos carros a dizer:
“no se paza”.
E não se passava mesmo. Demos a volta pelo interior de uma cidade completamente anárquica e, meia hora depois, já estávamos na estrada. A viagem corria sobre rodas.
E assim foi durante uns bons kilometros. Deu para apreciar a vista e relaxar. De repente, ao fundo da estrada, vimos que os carros estavam todos parados. Estrada em obras. Pelo menos 50 minutos de espera.
“Ok, no problem”!
O pior era o sol que se fazia sentir com força, sem sombras por perto, nada para comer ou beber e quartos de banho nem vê-los. Como a cena deve ser diária, ao fim de pouco tempo, lá começaram a aparecer os vendedores ambulantes. Nada tinha aspecto seguro e, por isso, o almoço ficou-se por um saco de amendoins.
Sentamo-nos no carro e fomos apreciando a loucura. Carros, camiões e, sobretudo, a camionetas de passageiros, não tinham tempo a perder em filas. Estavam a marimbar-se para os cortes na estrada e se vinham carros de frente a pensar que o caminho estava livre. Passavam por nós a cem a hora, sem qualquer receio. Por isso todos têm escrito em letras garrafais “Jesus protege-me”. Que trabalheira que ele tem a proteger estes loucos todos.
Mais um tempo e, aberta a estrada, começou uma espécie de carrossel em que parecia que apenas o que chegasse primeiro entraria no reino dos céus. E somos testemunhas que quase todos tentaram. Acalmando o corrupio, lá paramos duas vezes mais, mas menos tempo.
Saídos da estrada principal, encontramos Sololá. Uma vila indígena, onde as vestes são tradicionais sem ser para agradar aos turistas. È assim mesmo que andam no dia a dia. Pedimos ao condutor para parar o carro para podermos ver de perto aquele ambiente. O condutor foi claro a dizer que não era seguro. Depois de alguma insistência nossa e de muitos conselhos sobre a melhor forma de guardar os bens lá paramos. Com a conversa do condutor nos ouvidos, entramos na Vila com alguma cautela, dirigindo-nos primeiro à Igreja. Foi sol de pouca dura. Não resistimos e entramos pelo mercado dentro, regateamos fotografias e passeamos um bocado.
Valeu bem a pena, a paragem.
A partir de Sololá, o caminho para Panajachel e, depois, para Santa Catarina de Palopó, é serpenteante e com enormes ribanceiras que vão dar ao lago. É uma estrada que pode enjoar alguns e amedrontar outros, conforme a sua capacidade para lidar com a vertigem. Connosco correu bem. Panajachel foi vista de passagem (porque vamos voltar lá) e lá chegamos a Santa Catarina de Palopó com mais ou menos duas horas de atraso, relativamente ao previsto.
O lago é de uma grande beleza, encravado em montanhas e, de Santa Catarina de Palopó, tem-se uma vista brutal sobre o lago Atitlan e os três vulcões da outra margem.
Foi um dia inesquecível!
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