Jorge tem uma gota no canto do olho. Cá fora "estrala a bomba e o foguete vai no ar". O povo contente sente a amargura da passagem. A nossa virgem e santa Madalena está a meio do ritual de crescimento.
Será a mesma depois desta cerimónia?
Jorge olha os olhos do seu futuro parceiro e, ternurento, sentindo um arrepio a subir pela coluna vertebral, percebe que os sentimentos ocupam o cérebro. Rui de Almeida, o camareiro, nem tem tempo de avisar o seu presidente sobre o perigo da promiscuidade. Jorge retorce os olhos, sacode e meneia o traseiro. Uma sensação de liberdade e de entrega prevalece. Um frémito…um formigueiro…uma descarga de adrenalina e o facto consuma-se.
Adorei!
Foi bom para ti?
Um cigarro, uma esferográfica e um papel. Uma assinatura e está consumado o acto: Madalena geminada com a Covilhã.
Dá cá a tua máquina de fazer neve e leva a minha traineira. Como te amo, Covilhã! Sejas tu quem fores. Ser-te-ei fiel para sempre meu amor!
Longe, na rua do Carmo, Luis contesta e, budista de sempre, rega com alcool o chouriço e a camisa, chegando fogo a ambos.
Arde! Arde, filho da mãe!
Ainda se fosse a Amadora por causa dos animadores da discoteca ou Fátima por vezes do nosso santo padre, ou mesmo Faro, em memória do meu rafeirio, tudo bem! Agora a Covilhã…Nem pensar!
Arde! Arde filho da mãe!
E durante um minuto, Luis ardeu em protesto! Facas na mão, ar de incompreendido e grito rouco de dor futura…Torturou-se contra…Abaixo a Covilhã!
Ninguém ligou! Até se riram!
Eu não! Eu percebi a inutilidade dos actos!
O chouriço ficou bom e o o Luis também, graças a Deus!
Viva a Covilhã! Ou talvez não!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário