quinta-feira, abril 21, 2005

Habemos TAP!!!

Cheguei ao aeroporto do Pico às 18h e 30m. Estava tudo cheio! A cabeceira Oeste tinha carros a acompanhar toda a área visível da pista. A cabeceira Este não tinha lugar nem para um carrinho do supermercado. A gare estava "à cunha". Fiquei-me pelo meio da pista, na nova área de estacionamento. Estava-se bem. A companhia era boa e o sentido de humor estava em alta.

19 horas e…nada de avião. Já ouviamos o "El Condor pasa" e subiam as apostas. Poucos concordavam com a possibilidade de aterragem. Diga-se que o vento estava forte e que nos obrigava a dar uns passos inesperados, Esvoaçavam cabelos e capachinhos. Fazia frio.

19h15m e nada! Nem um rugido, nem uma luz. "Ao menos vai dar uma passagem por cima do aeroporto". "Se tiver que dar a volta, que vá para a Terceira!". "Se for para o Faial, é chato!". "Aqui não aterra!".

Como se pode ver o moral das "tropas" não era o mais optimista.

19h30m. Ao longe, aparece uma pequena luz. O vento acalma e as probabilidades parecem boas. "O sacana parece que está a fazer marcha atrás!". "Não queria vir lá dentro!". "Se hoje aterra, nuca mais podem cancelar com a desculpa do mau tempo!".

A luz vai aumentando e começa a mostrar a forma do "animal". As asas balançam ao ritmo das rajadas do vento. Sentimos o nervosismo e a ansiedade a crescer.

19h40m. A Josefa D´Obidos, um Airbus 319 (mais pequeno do que o 320 que vai ao Faial), aterra no meio de uma nuvem de gotas de água. Qual D. Sebastião que, saído do nevoeiro, nos vem salvar, sentimos o peso do momento histórico. Batemos palmas com convicção e satisfação. Os mais sensíveis escondem a lágrima enquanto que os mais afoitos gritam.

Habemos TAP!

Sem dúvida e sem hipótese de retorno. Parece um sonho.

"Ála para a gare!". "Vamos aos comes!".

Qual gare e qual comes? A cerimónioa era fechada. Ficamos na rua a espreitar pelo vidro. Lá dentro os VIPs e seus convidados. Cá fora o povo. A mistura não se verificou.

Ficou-nos a imagem dos viajantes. Malta conhecida, do Pico. Gentes da Terceira, em trânsito. O Carlos César a acenar. O padre da Madalena meio pálido (da viagem ou da eleição do Bento XVI?). O Boss da TAP que, em breve vai alterar os dias de viagem dos aviões para o Pico (espero eu!).

Foi fixe!

O melhor, porque mais próximo, foi a partida do avião. Aquela massa de ferro e potência a rugir a escassos metros da malta e a levantar em direcção do Faial. Fiquei sensibilizado!

"Vai despejar os contentores dos quartos de banho em cima da Horta!".

Não acreditei!

E agora?

Agora, e em primeiro lugar:

"Obrigado Carlos César!"

Foi, sem dúvida, uma decisão política, daquelas que não aceita uma recusa. Daquelas que só pode ter sido tomada por quem tem o poder. Por isso, o nosso obrigado. Tenho a certeza que falo em nome da grande maioria dos habitantes do Pico.

O que poderia ser feito pela nossa Ilha se, acompanhando o líder que tanto investimento tem permitido no Pico, os Secretários e Directores Regionais tivessem a sua visão de futuro?

O que poderia ser feito pela nossa Ilha se o P.S. local não tivesse os pobres líderes que tem? Já vos disse que foram buscar um candidato à Câmara ao PSD (o Furtado)? O tal que, pela sua incapacidade, deu a única vitória ao PS? Ridículo e miserável! Uma penúria mental!

Enfim! O líder não tem a "entourage" que merece. Tem-nos a nós, os populares. Nós agradecemos e apoiamos!

Que se segue?

Ouvi empresários a gritar: "A minha carga está ali! Já não tenho que ir ao Faial!". Esta é a grande realidade. Quanto ao resto, as infra-estruturas hoteleiras, lamento muito se os Picarotos não as construirem. É que, se não as fizerem virá, de certeza, gente de fora investir e aproveitar este mercado emergente.

O Pico já não é a Ilha do Futuro. O futuro é hoje.

Saibamos aproveitar!

Estamos conformados?

Não! Queremos um hospital!!!!!

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