Quando o príncipe encantado andava a bater de porta em porta à procura de um pé que se encaixasse no sapatinho estava a resumir um problema da sociedade moderna: a selecção de pessoal.
Há imensas escolas e teorias.
Os sociólogos atentam à dinâmica dos grupos e ao comportamento social dos candidatos.
Os psicólogos definem perfis, estudam comportamentos e constroem testes para os quantificar.
Os tecnocratas, por seu lado, privilegiam currículos e avaliam a dimensão da obra feita.
Os políticos dão grande valor às referências.
Os estilistas, manicures e cabeleireiros apostam na imagem do candidato.
Os médicos não prescindem das análises clínicas.
Os padres avaliam o transcendente.
Os trafulhas apostam na ingenuidade.
E podíamos continuar a enunciar critérios até a canseira nos desanimar.
Os seleccionadores mais conscientes espetam o sapato no pé que mais pontos atingir no somatório destas variáveis.
Por cá, nesta Atlântida de faz de conta, neste reino boçal de bobos/rei o critério é inovador e, mais ou menos, universal. Aplica-se na construção de listas para associações, para cargos públicos, para gestores e para listas candidatas a autarquias. A variável fundamental, a que raspa o calo que faz caber o pezinho no sapatinho do cargo, não é nenhuma da lista anterior. O verdadeiro critério que permite atenuar diferenças partidárias, sociais, religiosas e culturais é:
O critério do piolho.
Tu catas-me e eu cato-te. Tal e qual como outras espécies fazem na Malásia (onde estive recentemente) e está ilustrado na fotografia.
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