Quando alguém critica, seja o que for, é costume ouvir dizer que criticar de fora é fácil. Que se fosse connosco não falariamos assim. Regra geral até estou inclinado a aceitar a crítica. Não porque concorde muito com ela mas porque não sei, nunca, como reagiria se fosse comigo. Fica, no fundo, o grande "benefício da dúvida".
Desta vez sei!
Refiro-me à lista de deputados do Partido Socialista para a Assembleia Legislativa Nacional. Sei perfeitamente como reagiria se os convidados ao cargo tivessem alguma coisa a ver comigo. Por exemplo, se fossem da minha família.
Sei sim senhor!
Quis o acaso que uma das candidatas a deputada, por sinal num lugar não elegível (nem que a vaca tussa), é da minha família. A nona é da casa…é minha prima.
Típico vim, vi e venci. Típico do Partido!
Jovem rapariga, esperta. Vem dos lados de Viseu e faz o seu curso na Terceira. Gosta das Ilhas e vê uma oportunidade de se instalar. A Ilha não é a mais apelativa mas, para quem gosta do Arquipélago, qualquer uma é boa. Instala-se nas Flores.
Não passa meio ano e está nas listas do PS.
Porque é que isto acontece? Porque duzentos e tal mil açoreanos fizeram uma sondagem e decidiram que de todos que cá habitam, a minha prima, é a nona melhor pessoa para nos representar no Parlamento? Porque não havia mais ninguém?
Não!
Isto acontece por desrespeito absoluto pelas Instituições. Porque temos que enganar o povão e escolher um de cada Ilha, como se fosse real o sentimento e o raciocínio que levam às escolhas. Como se tratasse de uma política séria.
Algo do tipo: querem nomes? Cá vão nomes!
Já agora encha-se a lista de mulheres. Resolve a questão da distribuição sexual dos cargos e dá um ar másculo aos candidatos machos. Assim rodeados até parecem mais virís.
O que é que a minha prima pensa do assunto?
Ainda não falei com ela. No entanto o gene da boa disposição e do sentido de humor é comum. De certeza qua vai haver gozo!
O que penso eu do assunto?
Vão brincar com o raio que os parta!