segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Eleições

Estive, este fim de semana, a analisar os resultados eleitorais da Madalena. O que está para trás, o que deveria ter sido feito e não foi, não está, agora, em causa.

Tentemos aprender com os factos.

Esqueçamos, por momentos, os preconceitos e as frases feitas do costume.

Sendo assim, temos de concluir o incontornável; o PS perdeu na Madalena.

No entanto, o cenário não é completamente negro, no que diz respeito às eleições que se seguem.

1- Em primeiro lugar, comparando o resultado destas eleições com os das eleições anteriores, concluimos que há uma fixação do eleitorado do Partido Socialista.
2- Esta conclusão é importantíssima para definir a estratégia das próximas eleições. Se o eleitorado do PS é fixo, a questão do candidato é secundária. Trata-se, agora, de encontrar um candidato pouco "personalizado" e que, pelo contrário, tenha a sua imagem colada à imagem do partido. Terá que ser alguém das cúpulas do partido. O Serpa está reformado e o Manuel Tomáz já deu para este peditório, sobra o deputado, o Hernâni.
3- O nosso candidato às autárquicas deveria ser, não uma pessoa, mas sim o próprio partido. Sendo a hipótese académica, deve ser, na prática, alguém cuja imagem nada mais tenha, do ponto de vista curricular, do que o serviço ao partido (e vice versa).

Porquê esta conclusão?

Por vários motivos:

1- O PS perdeu por apenas 91 votos, nada irrecuperável!
2- O PS perdeu nas Bandeiras por 42 votos. Nada de mais, depois das guerras internas em que, como consequência, vários militantes perderam o seu cartão. Nada de muito grave, depois das questões absurdas com a luz do Cais Morato e com os cabos "em terra". Com tacto e com humildade esta diferença pode ser diminuída para 22 (em vez dos 42).
3- O PS perdeu na Madalena por 34 votos. Nada de muito preocupante, tendo em conta a percentagem de abstenção. Temos de ter em linha de conta, ainda, os restantes votos à esquerda que, no caso da Madalena foram de 32. Estes votos serão úteis em futuras eleições bipartidárias. Conte-se, ainda, com a votação dos jovens que foi, sem dúvida, à esquerda. Estes votos somados aos dos jovens que estudam fora e os que, estando cá, vão votar pela primeira vez, dão boas perspectivas para a Madalena.
4- O PS perdeu por 92 votos na Criação Velha. Os mais cautelosos do partido atribuem a esta diferença, e à Criação Velha, a eterna Vitória do PSD. Nada mais falso! A diferença de votos até pode ser irrecuperável nesta Freguesia mas, esse facto não é determinante.
5- A Criação Velha não é determinante porque, na Freguesia Monte/Candelária, o PS ganha por 139 votos. Ou seja, a diferença desta Freguesia anula, completamente a votação da Criação Velha. Aliás, anula a Criação Velha e ainda sobram 47 votos para anular outra freguesia.
6- Em São Mateus o PS perde por 37 votos. É natural a diferença de votos. A população não acredita em sistemas monárquicos em que os filhos sucedem aos pais. O ter arrumado os anteriores líderes do núcleo para os substituir pela filha do Serpa foi uma ideia desastrosa para o Partido.
7- Em São Caetano o PS perdeu por 25 votos.

A primeira conclusão é que a diferença global é pouco significativa.
A próxima votação discute-se, sobretudo, na Madalena, nas camadas mais jovens e nos abstencionistas.
Há um potencial de recuperação nas outras freguesias.
Há um número considerável de votos para ir buscar à esquerda que não vai concorrer às autárquicas. Mais do que a votação que o CDS-PP teve.
A Criação Velha não é problema. Pelo contrário, o Monte/Candelária é que é um problema para o PSD.

De certeza que se houver recuperação dos votos perdidos nas Bandeiras (por simples arrogância dos líderes do PS local), se se souber recuperar a influência dos líderes de São Mateus e se se souber cativar os Jovens da Madalena, o Partido Socialista ganha as eleições autárquicas. Independentemente de quem for o candidato da direita.

Para tal basta, como já disse anteriormente, esquecer o mito do culto da personalidade e colocar a sufrágio o próprio partido. Nomear para cabeça de lista um dirigente.