domingo, janeiro 23, 2005

Agora falando sério!

Que candidato tem, o Partido Socialista, para apresentar às eleições autárquicas que se avizinham?

Do meu ponto de vista, o candidato ideal terá de vir de um dos cargos políticos da Ilha. Seja do ambiente, da agricultura, do desporto ou das obras públicas. As opções têm a ver, como é óbvio, com a sua capacidade financeira e política de distribuir apoios e financiamentos pela população.

Os primeiros, por razões óbvias que têm a ver com o perfil dos indivíduos, com a sua área de residência ou com a sua capacidade profissional e social, estão eliminados.

Desta forma, sobra o Delegado das Obras Públicas. Refiro-me, claro está, ao Dr. Miguel Costa.

Em primeiro lugar, para responder a quem questionar a honestidade da minha afirmação porque, noutros tempos, considerei um erro a ida de um jovem recém licenciado para o cargo de Delegado das Obras Públicas, devo informar que, na altura, foi um erro! Tratava-se de um jovem sem experiência profissional, num cargo fundamental, nomeado politicamente, por cima de uma série de pessoas mais experientes.

Foi um erro político! Está feito, passemos à frente!

A minha oposição nada teve a ver com a pessoa do Dr. Miguel Costa, cuja personalidade nunca questionei. Ele nada teve a ver com a minha indignação. Mais uma vez, afirmo que sou contra formas pouco claras de nomeação e colocação de quadros e não contra as pessoas.

Irrita-me o compadrio!

Assim sendo, e dando razão à minha crítica da altura, o erro político manteve-se. A nomeação não teve uma visão de futuro. Em vez de se ter dotado as Obras Públicas de um orçamento que permitisse ao seu Delegado chegar a este momento com a mesma popularidade do actual presidente da câmara, optou-se por uma política minimalista (do ponto de vista do orçamento). O erro foi feito e, agora, pouco mais há a fazer.

Nesta altura, creio, as possibilidades do Dr. Miguel vir a ser eleito rondarão os 35%.

Sendo pouco, é o melhor que temos. Há que apostar nos serviços e manter uma visão realista. Começar uma campanha séria de divulgação do nome e da personalidade e financiar as obras que têm de ser feitas. A prazo, e ainda falta tempo, é possível alterar as probabilidades.

Talvez seja necessário mandar calar alguns figurões comprometidos do Partido; os Barões ultrapassados e obtusos.

Do ponto de vista do candidato, creio que a negociação deverá ser séria e objectiva. Sendo as possibilidades de sucesso, neste momento, mínimas, deverá o candidato ter direito à continuidade do seu cargo em caso de fracasso da candidatura e, para o futuro, seria aceitável a sua colocação em segundo lugar nas listas para a Assembleia Regional.

Caso o Dr. Miguel Costa não aceite ser candidato, o que é compreensível depois das manobras do Dr. Hernani, este último terá de dar a cara e sujeitar-se ao voto popular.

Pela primeira vez!